terça-feira, 11 de novembro de 2014

releitura bem jovem do sentimento do mundo

eu nas minhas

mal-curtindo desconfiar dos próximos,
ouço que não faz sentido acharmos
que pais e professores
estejam contra nós

eu nas minhas
eu nas minhas
eu nas minhas preguiças desconfiadas...

um mamífero no mundo

querendo tudo o que me é de direito porque vivo
e não acho justo ser menos

mas o futurismo retrô pós-apocalíptico deprê
responde:
mais coisas não são do que as coisas que são
e maior é o não ser do que o ser
tudo aquilo que não sou eu é maior do que eu
e eu então entendo o por quê -

segunda-feira, 21 de abril de 2014

oi

Eu pensei em agir conforme lia alguns escritos que me fizeram entender que a estagnação segue um princípio falso de segurança. Porque desbravar a realidade -- e até aumentá-la agora (ou no futuro) -- poderia nos garantir uma mudança específica, tendo-me diante do universo tal qual ele poderia vir-a-ser... Infelizmente, no entanto, à conformidade com que procurava mais informações que me confirmassem a segurança para que pudesse ir finalmente, encontrava as tais pedras no caminho, que não necessariamente me faziam desviar da rota. Mas me faziam desviar na rota e até parar, para observar; eu então ficava: parado ou andando, atrasado ou consciente do que fazia? E o tempo perdido do medo de não conseguir o tanto que me faltava -- se eu quisesse? De um livro a outro, analisando os pontos de vista acumulados, desligado do caminho, enfim, certo, para onde eu queria ser levado... e eu estava, risos, farto, risos, de ter que considerar os outros -- humanos, pensamentos, vertentes -- para que pudesse discordar ou concordar e partir para ser feliz ou alcançar. Na analítica das muitas formas de se pensar. É que o sofrimento me atemorizava na mesma medida em que eu me iluminava com as possibilidades de liberdade e felicidade que a minha falta de moralismos esperava de mim, já que só se vive uma vez... eu envelhecia porque eu fingia me esquecer de fazer aquilo que precisava (ou que queria). Ou envelhecia mesmo, não importando as possíveis conquistas materiais, emocionais, espirituais que me tranquilizassem -- ou me garantissem a vida que eu queria ter, com o meu auto-prestígio estendido à suficiência do meu desejo de ser.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

bullshit

a superação do estado de crítica envolve a abstração ou a ponderação de determinadas realidades desagradáveis que se apresentam. deve-se fazê-las tornarem-se indizíveis. deve-se impor o respeito diante das fragilidades alheias e o silêncio diante das injustiças do sistema. Com Sabedoria e Tranquilidade.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

uma mulher perdida entre a sua vontade de não fazer nada e o medo de começar a fazer, porque talvez seja ridículo. uma mulher presa numa ideia de que deve ser mais bem remunerada, mas acha que não faz aquilo que gosta. uma mulher na inatividade, porque está a espera de uma vocação que a faça mover-se. esparramada.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

caetano

muito amor é preciso para que todas as diferenças se tornem tranquilas na vida normal. muito mesmo, muito amor é preciso para que toda a tristeza que pode surgir nos quaisqueres com o erro de agir natural dos melhores seja confortada. entre uns e outros, é preciso amor para que os assuntos sejam os que se bem diz. e é somente com a aquisição desse amor que se passa a gostar do caetano veloso.