quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

o abjetismo conceitual

Por que deve a liberdade de expressão existir? Pergunto-me isso tendo em mente a ideia de um imperativo categórico; porque, do ponto de vista do moralmente certo, a liberdade de expressão, uma vez alcançado aquilo que é correto de se pensar, deveria ser suprimida. Mas como alguém poderia saber o que é correto de se pensar, se não houvesse o errado de se pensar a circular pelas ondas das nossas anteninhas de formigas, para que pudéssemos repulsá-lo com todo o nosso nojo e toda nossa razão? O ambíguo papel daquele que toma a coragem de ofender o público se mostra tão asqueroso quanto inevitável; tão ultrajante como desejável; tão denegável quanto necessário. As excrescências de muitas das mentes perturbadas, elencadas por uma lógica repreensível, são o baluarte de uma sociedade que oferece o seu cabrito aos deuses. Cultuar o erro talvez seja, em seu sentido histórico-moral, um exercício hermenêutico, que não pode tomar o caminho do erro como o certo. A hermenêutica do elogio à expressão abjeta deve estar cercada por um policiamento moral kantiano, fazendo do riso, da repulsa, do gozo do observador do mal um rito, que encaminhará semelhante sentimento às cinzas do passado, para ser destruído com um martelo. Melhor ainda: para ser cortado a foice.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

A Defesa do Ditirambo Platonizante

Se a intenção do pensador for uma reconstrução do pensamento total, nos moldes do que vinha sendo feito pela visão de mundo moderna antes da chamada crise da pós-modernidade, é preciso, então, que ele procure restabelecer a viabilidade do paradigma científico em detrimento do mítico, que vem prevalecendo nos modelos pós-modernos de concepção do conhecimento. Para isso, portanto, proponho ser necessário que se supere uma purista ideia nietzscheana de valorização da mentalidade helênica e de desvalorização da alexandrina. Digo isso defendendo que as transformações históricas, mesmo seguindo o modelo nietzscheano de dualidade apolo/dionísio, não se dão por um movimento pendular tão perfeito entre o apolo e o dionísio, em que o estágio dionisíaco avança e irrompe, como que por dentro das forças apolíneas, destruindo completamente as suas formas. O movimento da história dá-se por uma constante interação entre as forças apolíneas e as dionisíacas, muito mais sob um desenvolvimento dialético, de combinação das duas deidades, do que sob o que chamarei de modo "abstrato" de compreensão dessas forças de desenvolvimento da história, que Nietzsche apresenta. Apolo e Dionísio, segundo o que pretendo argumentar, são tipos ideais que, na realidade da vida e do mundo, entrelaçam-se todo o tempo, podendo um sobressair-se mais ao outro em algumas épocas, ou em alguns aspectos. O próprio desenrolar-se do tempo está permeado dessas duas fúrias conflitivas, que na verdade estão tão entremeadas, do ponto de vista realista, que é impossível dissociá-las.

Para uma melhor compreensão do que acabo de apresentar, proponho que se atente ao termo que Nietzsche mesmo cunhou para designar a maneira pela qual um novo pensamento helênico poderia surgir, uma vez que a serenojovialidade grega já estivesse tomada do socratismo ateniense. Refiro-me ao conceito de "Sócrates Musicante", conceito que Nietzsche invoca como único meio viável de superação do paradigma socrático, que ele tanto condena, e de encaminhamento para um novo paradigma trágico. Ora, parece-me irônico e óbvio que, uma vez que se tenha chegado ao paradigma socrático, tendo-se deixado o paradigma trágico, o único jeito que Nietzsche vislumbre de alcançar o tipo de conduta que ele valoriza, o trágico, contenha em sua forma, mesmo em sua proposta filosófica, a ideia de um "Sócrates", ainda que musicante. O que penso é que, uma vez acionado o gatilho da criação do mundo, em que Dionísio e Apolo se tenham fundido, não mais será possível superar essa fusão. Uma vez já vivida a realidade trágica, e esta tendo sido superada pela mentalidade alexandrina, o desdobramento histórico do retorno, ainda que parcial, ao "tragicismo", envolverá uma passagem por um "socratismo": em outras palavras, uma vez que a cultura tenha tornado-se o conteúdo a partir do qual a humanidade opera os seus impulsos de vida, a maneira pela qual as formas da criação e da destruição se reapresentarão para uma nova era tragicizante envolverá elementos, resquícios do anterior momento apolíneo: a partir dos quais ele se transforma, se adapta, e se reconstrói.

A própria ideia de uma musicificação de Sócrates contém essa paradoxalidade que a história apresenta na combinação dessas forças. O que eu pretendo, portanto, é, por meio da criação de um novo conceito, oposto e complementar ao de "Sócrates Musicante", que seria o do "Ditirambo Platonizante" (ou sociologizante, ou alexandrinizante), formular uma nova dualidade, que demonstre esse intricamento maior das forças de Apolo e Dionísio. A partir dela, imagino elaborar mais propriamente tanto a crítica à abstracionalidade da conceituação nietzscheana, quanto um novo panorama arquetípico que transmita a noção mais precisa e dialética da história. Esse novo binômio, por conter a intricação dos conceitos, explorará melhor a ideia de uma evolução da história que sempre retoma aspectos do período passado, sucessivamente. Assim, ainda que se possa defender que o paradigma científico tenha entrado em crise depois do colapso da URSS, a formulação dessa crise se deu em termos indiscutivelmente intelectuais -- mostrando-se como um "Sócrates Musicante". Desse modo, talvez com o mesmo vigor de um Ditirambo Trágico, as forças apolíneas de reconstrução de um novo pensamento total, que recuperará aspectos da crítica pós-moderna até, hão de ressurgir sob o arquétipo do Ditirambo Platonizante, ou Alexandrinizante, e uma nova formulação do materialismo histórico há de se elaborar, talvez por meio da práxis: ou melhor, de uma razão-praxis -- uma nova, crítica.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

quarto experimento do escrever livre

toda vez que me perguntei por que eu falho tanto,
obtive respostas reticentes.
ninguém tem culpa, ainda que haja um motivo.
perguntando-me sobre a natureza do motivo,
expressei a minha incompreensão sobre o desdobramento do presente:
o tempo perdido pelo desaviso...
a ilusão de que a possibilidade de melhora no futuro basta
e de que o esquecimento pode operar com a mesma força que a juventude sustentam as nossas boas disposições físicas.
o outro venceu mesmo.
eu perdi sim.
enquanto o dia passa para o gozo de uns,
alguns outros esperam a sua glória,
remoem as suas derrotas agarrando-se na esperança de conseguirem mudar;
e eu de repente conseguirei esquecer a falta de sentido
e algumas batidas aceleradas no peito
com alguma distração ignóbil como escrever
para ninguém ler.

por minha falta de sorte,
quando eu paro de fazer algo com as mãos e começo a pensar,
meu pensamento me guia para uma distração perigosa:
a mente em plena preocupação não é um bom lugar para se pendurarem espelhos.
eu retorno para o meu ofício de escritor aflito e desejoso de certa liberdade --
liberdade a que me condicionei para escrever esses textos,
uma vez que possam também nunca ser publicados,
por vergonha e por medo.
em algum lugar eu queria buscar o meu ultrarromântico,
o meu poeta do inexplicável,
mas há sempre uma pedra no meio do caminho.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

terceiro experimento do escrever livre

escangalhei-me com tantas tentativas e erro, com mais erro do que acerto.
dentro em breve não sei o que vai ser, o que vou fazer, mas continuo escrevendo.
sou incitado a esboçar muitas teorias -- em vão, pois não me aceitam em nenhuma instituição.
sigo, como posso, como quero, buscando o poeta dentro de mim.
antes eu achava que os artistas eram os sortudos.
que faziam o que queriam, que escolhiam mais do que necessitavam e que eram, por isso, mais felizes.
hoje já me deparo com o contrário.
quando dizem que a arte é o espaço da resistência, agora entendo que é porque é na arte que mesmo as coisas rejeitáveis podem ter o seu espaço de escuta.
a arte é independente, autônoma, como se diz, diferente dos outros domínios das humanidades, e por isso se pode dizer o que se quer.
portanto, paradoxalmente, pelas vias oblíquas, a arte é, sim, o espaço da liberdade e de se fazer o que se quer, mas porque não se pode fazer o que se quer em parte alguma.
Infelizmente -- ou ao menos esse tem sido o meu caso -- os artistas tentam muito em outras partes e raramente conseguem.
raramente conseguem com a arte também: ela é o que lhes resta, contudo.
a sorte deles, quando ela surge, é que o olhar dos que apreciam a arte está por aí buscando aquelas intuições e aquelas novidades que não são usuais nem estão dispostas facilmente nas academias.
se o artista tiver essa sorte, será encontrado e compreendido, e aí sim se pode dizer que ele será o mais feliz de todos os humanos.
enquanto isso não acontece, o artista é circunscrito ao mundo dos desenganados pela vida, que buscam distanciar-se do ridículo de não portarem a insígnia de nada governamental ou institucional que ofereça aos outros e a ele a certeza de que se está em um bom caminho, coerente, significativo.
a liberdade do artista é quase uma consequência da sua inadequação, que vai se comprovando ao longo doas anos da sua formação.
cada vez mais ele é empurrado para a arte pelos seus insucessos.
a sua superficialidade anda pari pasu com sua intuitividade, que apenas se expressa dessa maneira superficial porque não há no mundo ainda nada que possa suportar a inovação proposta por essa mente pensante sui generis.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Segundo experimento do escrever livre

Tomamos café para acordarmos,
e às vezes acordar é uma tarefa indesejável.
O que seria da humanidade sem as drogas? 
Não sabemos ao certo.
Ando convulsionado pela falta de conquistas
e pelo mau resultado da minha combinação genética e familiar:
Papai e Mamãe geraram filhinho -- com um irmão mais velho antes.
Papai e Mamãe tiveram filhinhos porque sim.
Muitos acreditam que é essa força interna do ser o que nos impele à reprodução da espécie.
Como se também em nossa espécie existisse esse impulso reprodutor, que os biólogos, que não são humanistas, muito menos poetas, chamaram de "cuidado parental".
É realmente muito intrigante quando assistimos à vida selvagem em nossos canais a cabo a uma mãe tigre, até uma jacaroa, cuidar da sua prole.
Mas talvez o que esteja subjacente não seja o seu "amor materno" -- ou paterno, como no caso dos cavalos marinhos ou de alguns passarinhos.
O subjacente, e que parece conter um maior sentido, aquele que é oculto, é o da sua obrigação, que se reflete no desejo de que eles partam pela natureza selvagem sozinhos e sem eles -- ou, o que é o mesmo, o sentido de que essa prole, uma vez adulta, poderá compor o bando, e os protegerá com mais poder que os seus rivais e os seus predadores.
Ninguém nasce com essa capacidade de amor parental, assim como nenhuma mãe vem munida desse instinto materno.
Essa ideologia conservadora, no entanto, cria algumas mônadas econômicas, a partir das quais tudo é separado entre os mais dispersos desses átomos, sobretudo no que diz respeito às responsabilidades materiais e afetivas.
Uma pessoa é frustrada, muitas vezes, por sua origem familiar, e pela falta de possibilidades oferecidas, atribuída a essa família essa falta, para que se realizem as vontades, os desejos.
Papai e Mamãe tiveram filho porque sim, sem, talvez, nem pensar no contexto histórico, político...
Poucos imaginam, ao ter o filho, que terão uma responsabilidade existencial das mais pesadas, motivo pelo qual a crise da separação dos filhos da sua casa mãe é muitas vezes das piores, pois a responsabilidade sobre a existência de cada serzinho é, no final das contas, dos pais.
Mas essa ideologia conservadora, essa mesma que sugere, ou quase impõe, a perpetuação do próprio tipo sob a alcunha de um sobrenome, também tem a sua faceta negativa, que é o isolamento relativo desses núcleos econômicos e afetivos familiares, que se confirma até constitucionalmente.
Nessa faceta negativa também está inscrita a capacidade dos maiores de idade de se autossustentarem, o que retira dos pais a responsabilidade perpétua pela existência que criaram.
Esse mesmo direito, ainda por cima, obriga a progenitura a se responsabilizar pelos mais velhos na hora em que eles estiverem fracos e idosos.
O pensamento da família serve para aprisionar os jovens em uma série de responsabilidades consigo e com seus progenitores, ficando a busca pelos desejos reais de cada indivíduo reduzida a um espaço do acaso, da sorte, da sagacidade ou da imoralidade.
É imoral exigir dos pais mais do que podem dar, é imoral ignorá-los, em ligações, em mensagens de texto, é imoral dar as costas para quem te criou, mesmo que tenham te criado por força de uma ideologia que eles apenas seguiram. Por que o desejo de terem filhos?
Mesmo os progressistas de alguns anos atrás seguiram essa ideologia e repetem as suas máximas, como forma de boa educação.
Assim ocorreu nos anos passados com muitos tipos progressistas, acerca de uma vasta gama de assuntos, como racismo, homossexualidade, depressão, ou qualquer tipo de desvio da ideologia principal, que quer sempre e mais a saúde e a inatacabilidade dos seus, como motivos de orgulho.
E qual seria essa ideologia principal?
Uma espécie de ideologia feudalística, de proteção e reconhecimento, de prolongamento da espécie, que a coitada da biologia teve de reconhecer nos seus objetos de estudo, quase que para confirmar a força que deve exercer um sobrenome na perpetuação genética de um tipo, para confirmar a busca insana dos humanos por bons relacionamentos, mesmo sexuais, sua busca incompreensível pelo bem egoísta.
A principal contradição, porém, a que estamos expostos, é que o desenvolvimento da história e da histeria levou à percepção de que vincular um indivíduo ao seu nome e ao seu sobrenome através de gerações, promovendo um impulso por reprodução indistinta, levou ao que nós conhecemos hoje como uma sociedade de massas. 
A explosões demográficas, que deram origem a essas massas, contudo, não tornam esses sujeitos, marcados por um arquétipo familiar, entes possuidores de grandes benefícios assim, porque parece, às vezes, que a decadência do mundo apenas dificulta e empobrece a massa -- e assim as gerações vindouras têm cada vez mais de se degladiar pelas migalhas que sobram daqueles que conseguiram conservar, desde alguns ou muitos séculos, o potinho de ouro do outro lado do arco íris.
Assim, iludidos, os pais caminham em direção à sua morte, com um ambíguo sentimento de amor imposto e um desejo de desfrutarem dos seus próprios bens, culpando os filhos, lá dentro dos seus cerebelos, pelas suas limitações e pela sua própria velhice: muito porque não enxergam que foram instados a reproduzirem uma ideologia reprodutiva que talvez nem faça sentido; cheios de si da moralidade e do direito vigente de que todos têm de caminhar pelas suas próprias pernas; tiranos em alguma medida, mas ingênuos e inocentes em alguma outra, mesmo porque, até que se perceba o contrário, foram eles também expostos a semelhante procedimento como se natural fosse.
Os filhos, decepcionados por terem sido postos a nu nesse mundão mais que esquisito e rarefeito, marcados pela pressa que sentem seus pais de que se vão e se libertem, felizes a qualquer custo, revoltam-se sem nem ao menos poderem exigir... um adiantamento de herança que seja!, que os poderia confortar um pouco.
São como que jogados às feras, como a mamãe passarinho que empurra os seus filhotes quando acha que já estão fortes o suficiente para deixarem o ninho, e são obrigados a bater asas e voar, como manda a natureza, quando talvez em seu âmago quisessem mesmo um não se sabe bem o quê para serem felizes.


sábado, 7 de setembro de 2019

Um experimento do escrever livre

Reconhece o superego como impositor de uma relação de classe.
Pois, se te dizem, em tom moralizante, que não deves fazer algo da vida --
E o fazem, eles, escondendo seus verdadeiros desejos por subterfúgios que usam para realizar essas vontades -- então é porque não querem compartilhar os frutos que conquistaram, por meio de retórica falsamente desinteressada.
O desinteresse, aquele que diz que não devemos buscar nas relações com os outros algo que não sejam sentimentos puros e verdadeiros, é propagado por aqueles que são corruptos com esses mesmos valores que pregam.
É propaganda de uma política que conserva o poderio a custa de mágoa.
Quem já teve um amor interesseiro sabe do que eu estou falando.
"Então você só queria isso de mim, no final das contas, né?!"
Mas se alguém se perguntar como ele obteve o tal "isso", pode ter certeza que teve de se camuflar, por trás das falácias dos bons relacionamentos sociais motivados por supostas índoles nobres!
Hipócritas! Gritará o primeiro hipotálamo que escutar essas historinhas falsas!
Eu mesmo já causei tremendo mal a um amor por me -- e lhe -- ludibriar por semelhante moralidade, que tem por função rotular e estigmatizar o perpetrante à glória!
Ao invés de buscarmos a verdade íntima, aquela que permite a verdade íntima do outro, somos instados a promover um abuso, em nome de uma caduca boa educação que infelizmente recebemos, que apenas congela o estado da Arte.
A acusação "interesseiro" é útil contra o outro, contra o que busca, mas ao mesmo tempo ela impõe um compromisso social ao enunciador.
Ser posto em xeque pela suspeita de hipocrisia ameaça-lhe, ao algoz anti-fama alheia, a sua permanência na dança das cadeiras de poder dos supereguistas.
Pois a fama se reproduz, é inveitável, em qualquer ambiente, tendo mesmo a Igreja Católica o seu sumo pontífice.
Nos círculos moralizadores, a fama também se reproduzirá, sob os auspícios de uma dissimulação odienta.
"É pecado!" E inculcarão o indizível e realizarão o factível, no transbordamento que é inevitável, com suas cabeças tranquilas no travesseiro ou não.
Terão sido corruptos ou honestos, se forem chamados de ardis por seus iguais?
Da cabeça do travesseiro do primeiro que assumiu seus desejos nasce uma Nova Atena fulgurosa.
Representante de uma racionalidade estomacal -- pois a vida avança motivada pelo estômago -- essa Atena do gozo gera um novo ciclo virtuoso da múltipla -- democrática -- realização pessoal.
Libertando todos para buscarem os seus desejos, mobilizando reciprocamente as forças interpessoais para que se se ascenda às glórias, no sentido heróico, ela nos revela que a traição inaugurante que a fez nascer é, na verdade, um compromisso ético, é um elevar-se mortal sobre a infinitude do cosmos.
Querer, querer e querer -- gozar e gozar -- a beleza, a glória e a fama -- quem não deseja a fortuna livremente não está sendo sincero; está sendo, antes, um conservador.