domingo, 14 de fevereiro de 2010

Mulheres (homens fazendo papel de mulheres) conversando sobre filosofia, na cesta, numa sala separada dos homens. Os homens assistem à nova televisao comprada, um jogo de futebol ineditamente trasmitido em imagens, e as mulheres "tricotam" filosoficamente, sem seguir um rumo especifico. Debatem Machado de Assis, José de Alencar, Oswald de Andrade, falam se deus personagens, das nuances de seus comportamentos, falam dos cenarios, sem se procuparem com rigores de um emprego academico - elas nunca integrarão mesmo a academia brasileira de letras... O ano é 1940. A conversa, para quem nao esta ainda familiarizado com o tema, que é sempre o mais abstrato e obscuro possivel, como o interior das vaginas, pode parecer um tanto quanto incompreensivel e superficial, como se estivessem debatendo sobre personagens de filmes e de livros, analisando suas personalidades e suas nuances. Essas sao mulheres que riem dos seus maridos nessas salinhas escondidas e sabem de tudo o que se passa la na sala deles, onde estao assistindo o jogo de futebol. A guerra mundial ocorre, Getulio esta no poder, mas quem se importa? Sao apenas mulheres...
Um homem entra bruscamente pela porta e grita, raivoso, repressor:
- Ahhh, mulheres! Vocês nao entendem nada de futebol mesmo!
Fim.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

meta poema meu de amor - como eu escreveria um poema de amor

(interjeiçoes de falta
e de amor nao correspondido!!!
devaneios arrastados
fluidos mas meio densos
sobre as delicias macias e quentinhas
dos seus braços seus...

uma escorregada sobre a minha dependencia de amor
do seu amor
e uma pequena crise de individualidade
divagada e concluida totalmente superflua
graças às maravilhas que uma coxa encostando na outra
de noite
no frio
faz a quem quer amor e ganha!

Aih, continua um suspiro, um gemido doce
sobre pernas bambas
sobre apertoes nas gordurinhas do pneu
mas em uma tentativa de explicar sinestesicamente
a vontade que da na gente de que as nossas peles desapareçam
e se fundam num corpo so, que nao é de ferro:
que é quente e beijoso
e prazeroso e cheio de tesao e amor
num eterno fluxo ciclico de dar e receber...)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Questões de Estilo

Eu consigo ver o processo de proletarizaçao mais do que nunca, eu diria, seguindo a ideia de que o capitalismo é contraditorio. Vejo a proletarizaçao do pos-fordismo: a mais velada de todas, a mais escondida de todas, a mais aparentemente contraditoria de todas. Porque ela segue um fio, que é o fio do estilo. Hoje eu fiz umas compras e consegui, por meio dos produtos que comprei, compor um estilo meu, que na verdade é um estilo mais ou menos de todos, mas com o olhar-la-na-frente pro meu estilo; ou seja, todos nos seguimos um parametro ideal que é o nosso estilo proprio, unico, individual, e o capitalismo, por sua lei da demanda e da oferta, se esforça para seguir essa produçao cada vez mais especializada - mas a individualidade do estilo é sempre incipiente na sociedade industrial. O que eu estou dizendo, galére, é mais esquizofrenico do que parece (e exatamente por isso capitalista): o que vem a uniformizar o proletariado é justamente essa vontade classe-média de ser unico - ora! todos querem ser unicos, todos buscam ser unicos, todos negam a sua massificaçao, que é justamente uma massificaçao negativa (uso esse termo porque o esforço das forças produtivas, logo das matrizes produtivas, é por camuflar a essência, ou seja, todos querem as mesmas coisas, por meio de produtos de cores diferentes, que nos enganam, fazendo-nos crer que, por usar um casaco com bolinhas rosas e uma calça quadriculada marrom eu sou extremamente diferente daquela pessoa la que chama de playboy, ou de teffeur ou do que quer que seja em seu pais). A questão do fetiche me parece latente quando associamos o nosso estilo pessoal à nossa total diferenciaçao do proximo. Quem disse que o proximo, que usa amarelo, nao come, nao dorme, nao se veste, nao faz sexo, nao tem vontades individuais? Eh uma virada muito simples perceber a igualdade que as estruturas carbonicas, atomicas nos dao. Nao acho problema nenhum no fetiche em si mesmo, o problema talvez maior seja fetichizar o fetiche! E o que seria isso, oh, meu deus? A gente cria uma ilusao de que nossos fetiches de estilo pessoal sao algo além do que simples fetiches, simples nuances de estilo; nos fazemos crer que nosso estilo pessoal vai praticamente nos tornar deuses ou seres superiores de uma outra especie pos-humana, que so VOCÊ atingiu...
Mas eu nao olho so com nojo pra questao do estilo, ate porque o estilo é algo que surge naturalmente com o capitalismo. E eu vejo o estilo como um dos principais fatores gerados pelo capitalismo que contribuem para o seu proprio colapso. Havera uma busca cada vez mais refinada por um estilo pessoal, nas vestimentas, nos pratos, nos desejos, enfim, os gostos de cada ser humano vao ganhando lugar na sociedade civil. Legalizaçao de drogas, casamento homossexual, escatologia, cortes de cabelos extravagantes, sei la, todas essas coisas que fogem ao padrao tradicional teocratico que se conserva na sociedade pos-revoluçao francesa passam a ganhar lugar de aceitaçao na sociedade por uma questao de principios republicanos e democraticos. Assim, os gostos de cada grupo menor tendem a encontrar espaço de aceitaçao, nem que seja pelo menos pra debate. Imagino que as minorias com seus desejos cada vez mais estapafurdios (ou nao, visto que vivemos numa sociedade idealmente livre) passem a ser sufocadas pelo "bom senso" do estado, que tendera a tacha-los de desejos absurdos. Sera a indignaçao gerada pelo conceito de liberdade e igualdade e fraternidade e res publica e democracia que colocarao na forca o "bom senso" laico do estado burgues. Porque, ca entre nos, a partir do momento em que deus se tornou uma figura absolutamente dispensavel nos entraves e picuinhas politicas, a relativizaçao do bom e do mau, do certo e do errado, ganham, mais do que nunca, o papel principal no palco parlamentar. O certo e o errado serao os gostos pessoais, serao a liberdade para fetichizar como quiser, e nao fetichizar o fetiche, achando que existiria um modo correto de fetiche, ou um modo super-humano e, por isso, idealmente moderno e civilizado. Vejo também, como uma consequencia desses esforços por exercer gostos, o engordar da marginalidade, da malandragem, da produçao individual, isolada, das materialidades necessarias pra sustentar as vontades. A força produtiva passarà a ser vista como individual: customizar, plantar hortinha, enfim, os utensilios serao postos em uso somente sob uma inspeçao individual de sua funcionalidade personalizada. Cada um tera suas coisas de seu jeito, por uma questao de estilo, que é gosto e funcionalidade para o gosto - porque o gosto ja implica em si uma questao de necessidade: se vc gosta de uma comida, voce gosta de algo pra comer. O envolvimento do homem com seus gostos e com seus costumes direcionam-no às suas concepçoes de necessidade e também às suas necessidades organicas... Comida é comida, roupa é roupa, sexo é sexo, espirar é respirar! Como se o estilo nao estivesse somente ligado a uma questao de beleza pura, mas também vinculado à necessidade. Melhor ainda: os gostos, o estilo, a vontade e a necessidade serao a mesma coisa - o objetivo de produçao material do homem.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

tudo o que é solido desmancha, nanarinaaaaaa

que as vontades oscilam em duvida
bruscamente
entre dois pontos extremos
de modo que uma sempre anula a do extremo oposto,
ah! isso é antigo!

mas soterrado que ja esta pela erosao e pelo tempo
esse entendimento sempre brota
como semente plantada
e seus ramos crescem tao rapido
que se tem que cortar.
e isso ocorre de novo e de novo a cada fraçao de tempo
a verdade da duvida
fica velha
e renasce
fica velha
e renasce
e, esgotados, vivemos entre a duvida
e a ignorancia completa
a cada segundo que passa...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Manifesto Bosta Nova (em construçao)

Pra mim, admitir isto que vou admitir aqui, é critico. Mas, ah, eu prefiro deixar a culpa nos meus desejos, nas superestruturas e infraestruturas - prefiro naturalizar logo os meus atos pra nao me culpar depois por qualquer coisa e ficar com aquela agoniazinha de ter que, pelo menos, rezar o ultimo pai nosso no meu derradeiro momento de moribundice. Tenho medo de acabar com uma esperancinha boba e iludida e profetizar o mal, a decadencia e a podridao que o nosso paisinho espera.

Eu estou dizendo, gente, que temos uma geraçao Bossa Nova de novo, totalmente vazia. Diria que, talvez, nao tao vazia - tem o Los Hermanos cantando suas barbudices num Circo Voador reinventado na Lapa. Ah, a Lapa - ela tem seus encantos, sim, mas eu sinceramente acho mais gostoso saber que ainda assaltam por la e que nao esta tudo tao reinventado como o Circo e a bossa-novice barbuda, caqui e chata do Los Hermanos.

Acho que é essa historia de desenvolvimentismo que encheu a nossa cabeça, desde que deixamos de ser nada pra ser alguma coisa que disseram que nos éramos. Acho que todos os simbolos que foram criados aqui, foram pra exportaçao; pra sustentar um fetiche dos outros, la de outra ilha, que nao tem coco. Ai, agora, temos esse impulso economico infraestrutural que faz a gente crer que indio é gente, que Bossa Nova é verdade, que barba e Nova Lapa sao 'cults' - "o Brasil cresceu", dizem. Ai, que medo de reformarem aquele cais do porto, de tirarem de vez todas as favelas de perto de nos, de apagarem qualquer vestigio de primitivismo, nosso primitivismo, Brasil, pra gente poder cantar Noel Rosa e Pixinguinha, Bezerra da Silva, sem ter que recorrer aos nossos pais, a um imaginario coletivo distaaaante: nossa idade média, nossa formaçao, nossas injustiças! Pra gente poder escutar Funk mesmo, podreira, sem ser na Barô, como se fossemos Nova Iorquinos ouvindo Tom Jobim.

Nova Iorquinos ouvindo Tom Jobim.

O problema, é que talvez essas mudanças, progressos, finalmente, progresso pra esse povo finalmente ordenado! Mudanças e progressos que parecem ser inevitaveis! O mundo inteiro, mesmo, ve o Brasil e a India e a China surgirem ali no horizonte, como macacos inferiores que agora se equiparam. Eh muito dificil encontrar um Francês por aqui que realmente ache que no Brasil as pessoas trabalham e que existem mulheres que nao sao putas. Nao que ser puta ou nao trabalhar sejam menos dignos, nao estou entrando em discussao de valores. Mas acho que agora, esse nosso desenvolvimento, permite que a gente esteja tete a tete com eles, todos somos a mesma coisa, humanos, mortais, consumidores.

Eh, meu povo brasileiro, acho que de tanto vendermos Brasil de sol e praia, depois que Caetano e Gil foram celebrados internacionalmente com sua sertanejice tropical, talvez tao raivosa quanto essa minha indignaçao do desenvolvimento cego, depois que ja se lançou o que é Brasil em filmes e musicas e livros, acho que agora nao precisa mais. Acho que agora temos um ultimo passo, o passo que nos decretara, finalmente, desenvolvidos: a gente precisa reconhecer que a merda que nos somos é a mesma, mesmissima merda que todos esses paises centrais dizem ser. Sempre fomos a mesma merda, mas economicamente ainda estavamos tao abaixo, moralmente estavamos tao submetidos que realmente acreditavamos que eramos um indio, ou um sertanejo triste, ou um bon vivant bossa-novez que nao trabalha e so bebe whisky.

Ah, Brasil, parece que, desde sempre, você so seria você se fosse um você grande, bonito e forte. O Guarani rapidamente foi desbancado pelos realistas, pelo Triste Fim de Policarpo Quaresma e pelos modernistas. Que simpatia eu tenho por esse tom ironico deles! Porque é necessario mais uma vez dar gas a um movimento que a antropofagia desenhou. Essa espécie de sentimento amargo, de ruptura com a ilusao - eles cuspiram na cara de quem matou Policarpo Quaresma. Mas apontaram pra frente pra outro lado. Somos filhos disso: de outro caminho pra frente, da morte de Policarpo, do sarcasmo realista do Machado, do impulso iveterado de Oswald, da brincadeira triste e ironica da Poesia de Mario de Andrade.

Nao, por uma questao de posiçao estilistica e politica e poetica, prefiro nao me aproximar do Drummond. Nem do Vinicius. As auras que perpassam esses nomes, suas linhas, ah, falta nelas essa minha inquietude, essa minha dificuldade, essa minha agonia de quem desvenda e nao sabe parar. O que aqui se pretende é justamente um edipianismo insaciavel, nao vou seguir os conselhos de quem quer que seja, porque a peste esta aih, eu ouço os clamores. A peste é o desenvolvimento!

Me perguntaram outro dia o que que eu achava da policia ter acabado com o trafico em Copa e do Brasil agora ser uma futura sede das olimpiadas. Foi num debate num curso de Francês e civilizaçao francesa. Eu respondi suave, como quem ja sabia o que dizer pra um inglês ver. A menina que me perguntou era uma alema: "ah, é bom, né, mas existem varias questoes por tras." Por aquele momento, ou passei de pseudo-guevarista ou de um total imbecil, porque eu juro, juro, que nenhum europeu me parece realmente querer entender o Brasil para além dos perigos para o seu turismo. Europeu adora ir pra onde ele nao mora, mas ele preza por segurança, e isso é tudo.

Segurança! Nao foi esse o emblema desde sempre? O que foi a Reforma Sanitaria, se nao era pra assegurar que nao haveria doença? O comunismo e a segurança nacional, do brasil esfacelado de Getulio e Prestes ao Brasil esquentado pela Guerra-fria - como eram lindos os japoneses e os chineses! Nao queremos estar seguros de que somos brasileiros, de um pais grande, estavel, seguro? As empresas nao avaliam aquela merda de risco-pais? (Que porra é essa de risco-pais????) A gente nao é brasileiro MESMO porque se sente mais seguro na rua do que um gringo? Ah, mas como é bem mais legal ser gringo e poder estar seguro que nem eles nao importa aonde, nao importa o que. Tenho medo de brasileiro que atora o perigon do Bope.

Mas acho que foi mesmo as custas disso, dessa loucura de desenvolvimento, segurança, Brasil pra frente, do futuro, que chegamos aqui. Tudo bem que a gente pode ficar pensando que as criticas marxistas e primitivistas e libertarias da antropofagia e da tropicalia eram incisivas ao imaginario romantico e desenvolvimentista do Brasil. Sim elas, tinham uma angustia, uma nostalgia, uma melancolia, exponenciada depois por Cora Coralina, que gostava de olhar pro abacateiro, que tossia de ver tanta fumaça em Sao Paulo. Mas a cora perdeu o embalo, corrupta, engolida pela poética padrinha de Drummond e ficou lá em Goiás, num aquário, como a vovó árvore da Pocahontas, que se reservava a dar conselhos num espectro entristecido e bucólico.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

noinha

a cada passo que dava
eu tinha quase certeza que via
e jurava que ouvia
o seu cochicho
eu andava mais rapido para poder escutar o certo


o que realmente você dizia?


mas eu chegava e você poderia se calar
mudar de assunto
e eu via alguma mentira em seus olhos...


ah!, mas que certeza eu tinha?


você lançava seus cabelos na frente do rosto
nao sei - nunca saberei! - se propositalmente...
e ia na frente...


ah, por favor, me conta o que é que você tem pra esconder!


debaixo da sua retina ambigua,
por tras das suas caras de meiossorrisos


eu tomava distancia
porque podia ser coisa minha
ou por minha causa
acendia um cigarro vendo você andar pela frente,
apressada por nao sei o que...
eu me via atras de você


completamente sozinho...


as pessoas cruzavam minha frente pela rua
eu tentava olhar pros lados, pras vitrines
mas eu olhava sempre pra frente
tentando te procurar - pra onde ir?


eu te seguia
eu te seguia...


por que você às vezes me da essa impressao
de que ha algo de errado
e por outras você me passa tudo ao contrario?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Eu nao caibo mais...

Hoje vi minha priminha Tayna no colo da mãe, minha também prima Joana. 5 meses! Um pacotinho, por causa do frio, enrolado e encaixadinho no colo da mãe. Ai que delicia ver aquilo e que melancolia-que-é-nostalgia!

Fiquei com saudades tão sinceras da minha mãe... Uma falta de calorzinho no peito, uma frustrante sensação de constatar que ela não pode me abraçar mais todo... Que sincero é o amor de mãe! Seu filhote pequeno, em seu colo... E ai que delicia ser assim um filho! Um amor certo e completo, um desejo unico de ser abraçado inteiro realizado - e realizavel! - de uma vez so, quase um voltar pro utero so de olhar pra cima e ver o rosto enorme da mae ali, confirmando o colo.

Ah, mãe, como você me lembra uma calma gostosa, uma alegria nossa, repleta, imovel, perfeita, estatica, estética! Como se a vida não fosse mesmo a vida, tão perigosa! Como se não houvesse crescimento, movimento, o fim e o meio injustos desse nosso começo placido!

Ah, mãe, toda essa nossa mentirinha lactea, tacita, nossa paixão, sorrisos; eu ainda procuro isso em você, no mundo, mas eu não caibo mais nem no seu colo nem em nada! Meu corpo não é mais so o seu braço, meu amor infinito nao tem mais espaço, eu sofro, mãe, de verdade, mas não se preocupe, não é nada, é so um desabafo! De saudade intensa e de desilusão!

Porque, mãe, ah, mãe, o que eu queria mesmo era caber todo ai, sem saber nem ver, nem ouvir, nem falar. Enrolar seus cabelos com a mão, no teu colo, com dedinhos tão pequenos de unhas tão finas de rosto tão fofo de tão desprotegido que sou sem poder ficar.

Ah, mãe, que saudadezona de você e do unico e verdadeiro gesto de amor: o de mãe. Quero, mesmo que ainda me sobre muito amor pra dar e me falte muito amor pra receber, tentar de abraçar e beijar por um tempão, até cansar e perceber que não da, nem que seja, mãe, nem que seja! Ah, mas como eu quero, mãe, fingir estar no seu colo, dar logo esse grande abraço, subir escalando a sua cama e repousar na sua barriga, sem peso! Deixa, mãe, deixa eu me iludir de ter aquela certeza de que com você vai ficar pra sempre tudo bem.