depois de bater um pratão:
senta-se à tv
o que falta acontecer?
os canais não anunciam nada
(quantos canais de crente!)
levanta e não conta as passadas
muito embora seu olhar pro chão
aparente
e vem ao quarto
um cubo suspenso, presente do parto
onde nada ainda anda, é tudo parado
é engraçado
deitar-se na cama
dormir pra não esperar
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quarta-feira, 29 de julho de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
suficiente não é bastante
O que é que basta?
Eu vejo a última cara que fazem os moribundos
É só viver e amar, com o corpo
pele com pele é mais
ou
É só abraçar a dor, e fazer, dela, fantasiar, o mundo maior, o mundo do amor
Concluo: as duas opções se interligam, a vida não é essência pura
os dois amores o homem tem
Eu vejo ainda... Eu vejo a última cara que fazem os moribundos...
O que é que basta?
Eu vi, eu consegui ver,
entendi, tive uma intuição factível
do que podia ser
o que basta.
Mas esqueci!
plin
e esqueci:
o olhar parou fitando a postura dos móveis
e eu finalmente senti a brisa, que era o que me esfriava
E eu via,
eu via a última cara que fazem os moribundos...
A mão estendida?
A boca, entreaberta, balbucia?
Os olhos vidrados denunciam, suplicam?
É tudo dentro de um hospital, treva e branco?
- Sim, eu vi, eu via, eu vejo
a última cara que fazem os moribundos...
Seja lá o que é que é que veem perder - o poder querer!
O quê?
O que basta?
Morrer não basta?
Eu vejo a última cara que fazem os moribundos
É só viver e amar, com o corpo
pele com pele é mais
ou
É só abraçar a dor, e fazer, dela, fantasiar, o mundo maior, o mundo do amor
Concluo: as duas opções se interligam, a vida não é essência pura
os dois amores o homem tem
Eu vejo ainda... Eu vejo a última cara que fazem os moribundos...
O que é que basta?
Eu vi, eu consegui ver,
entendi, tive uma intuição factível
do que podia ser
o que basta.
Mas esqueci!
plin
e esqueci:
o olhar parou fitando a postura dos móveis
e eu finalmente senti a brisa, que era o que me esfriava
E eu via,
eu via a última cara que fazem os moribundos...
A mão estendida?
A boca, entreaberta, balbucia?
Os olhos vidrados denunciam, suplicam?
É tudo dentro de um hospital, treva e branco?
- Sim, eu vi, eu via, eu vejo
a última cara que fazem os moribundos...
Seja lá o que é que é que veem perder - o poder querer!
O quê?
O que basta?
Morrer não basta?
Minha cama de solteiro
Como estar sozinho é mesmo estar sozinho...
deitar
deitar
mirar a janela
e não ter ninguém olhando pra você da cama; olho no olho na altura do travesseiro, deitados...
Não, não há ninguém tampouco sentado na cadeira da escrivaninha
fumando um cigarro ou um beque, me rolando, sob essa iluminação suave das oito horas nubladas da manhã...
Você não cruzou as pernas na cadeira e procurou com a mão, tórrida, tenaz, meus pés, subindo pelas minhas pernas por baixo dos lençóis, se desligando do nada que fazia entediado na internet, enquanto eu fumava...
Você não levantou, saiu do quarto e voltou, como eu imaginava que você faria
descabelado
arrumado para dormir
mas remexido, deitando e não conseguindo pregar os olhos, ligado
você não veio, em seguida, com essa cara de quem não vai dormir nunca, porque não é preciso sonhar, prender meus olhares aos seus, e deitar-se comigo, só para ficarmos observando, lassos, deslumbrados, as dobras e frissões no lençol pastel amainado, você deslizando a pontinha dos seus dedos pela superfície do meu corpo - é a lânguida manhã cinza, que instiga...
Não, não há você, não há! e eu fito, então, a parede, em silêncio, encostada a cabeça no travesseiro, inoculado, inexpressivo; é que não há mais combustível...
É que poucas vezes eu te sonhei assim, tão claro, tão palpável, tão latente, tão verossímil...
durante um amanhecido
virado
sem sono
antes-de-dormir
como agora...
Ah!
e a língua estala dentro da boca saboreando um gosto... o gosto do nada...
de ninguém!
e não ter ninguém olhando pra você da cama; olho no olho na altura do travesseiro, deitados...
Não, não há ninguém tampouco sentado na cadeira da escrivaninha
fumando um cigarro ou um beque, me rolando, sob essa iluminação suave das oito horas nubladas da manhã...
Você não cruzou as pernas na cadeira e procurou com a mão, tórrida, tenaz, meus pés, subindo pelas minhas pernas por baixo dos lençóis, se desligando do nada que fazia entediado na internet, enquanto eu fumava...
Você não levantou, saiu do quarto e voltou, como eu imaginava que você faria
descabelado
arrumado para dormir
mas remexido, deitando e não conseguindo pregar os olhos, ligado
você não veio, em seguida, com essa cara de quem não vai dormir nunca, porque não é preciso sonhar, prender meus olhares aos seus, e deitar-se comigo, só para ficarmos observando, lassos, deslumbrados, as dobras e frissões no lençol pastel amainado, você deslizando a pontinha dos seus dedos pela superfície do meu corpo - é a lânguida manhã cinza, que instiga...
Não, não há você, não há! e eu fito, então, a parede, em silêncio, encostada a cabeça no travesseiro, inoculado, inexpressivo; é que não há mais combustível...
É que poucas vezes eu te sonhei assim, tão claro, tão palpável, tão latente, tão verossímil...
durante um amanhecido
virado
sem sono
antes-de-dormir
como agora...
Ah!
e a língua estala dentro da boca saboreando um gosto... o gosto do nada...
de ninguém!
quarta-feira, 8 de julho de 2009
emp(r)estado
marcado de seguro:
sou a cama macia onde pode estar o desdém com a vida
e ele está finalmente emaranhado em meus lençóis
e como queria poder dizer que são maus lençóis!
porque ele finalmente me pegou de braços abertos
talvez desprevenido,
sim, desprevenido, mas só por agora, como justificativa pra essa prerrogativa
como se eu fosse um lugar pra ficar,
quisesse ceder um espaço
com esses meus braços abertos que não eram pra ele (pra quem?)
mas há sensação de invasão
de que estou sendo abusado
minhas artimanhas e minhas prestezas subjugadas ao favor
que acabo fazendo
que numa euforia de momento
num pico de algum hormônio
eu deixei, eu permiti de alguma forma como algum contrato social
mas o que é é aquilo que é, ainda mais agora; e só me resta lamentar...
porque de fato ele está ali
e mais se parece um velho de pijamas
já vestido para dormir, como um anúncio do indesejado adeus lisérgico
que sempre vem,
à espera do momento em que a letargia tornar-se-á perene
expulsará as visitas
e deixará, recolhidos, aqueles que tiveram a "sorte" de ficar.
Nós que ficamos.
como se só ele estivesse encorpado dessa sorte
de certa forma dono da situação
realizada a sua vontade
e eu tivesse que ser a fonte
justo quem não suporta essa letargia acompanhado
de um de pijamas...
contrariado...
esse fim finado em terminar
que coloca em evidência quem vai restar ao lado de quem
quando o que é dá evidências, passa por cima das possibilidades, maltratando o sujeito com seu fim em si mesmo
e eu não quero nenhum velho de pijamas olhando pela porta entreaberta
para saber o que é que há com tudo
não quero amanhã ter a angústia de levantar do sonho dividida com alguém - tendo que automaticamente ser superada.
Um deserto, e uma cobra me seca enroscada
ao se esparramar na minha
casa
na minha
casa...
sou a cama macia onde pode estar o desdém com a vida
e ele está finalmente emaranhado em meus lençóis
e como queria poder dizer que são maus lençóis!
porque ele finalmente me pegou de braços abertos
talvez desprevenido,
sim, desprevenido, mas só por agora, como justificativa pra essa prerrogativa
como se eu fosse um lugar pra ficar,
quisesse ceder um espaço
com esses meus braços abertos que não eram pra ele (pra quem?)
mas há sensação de invasão
de que estou sendo abusado
minhas artimanhas e minhas prestezas subjugadas ao favor
que acabo fazendo
que numa euforia de momento
num pico de algum hormônio
eu deixei, eu permiti de alguma forma como algum contrato social
mas o que é é aquilo que é, ainda mais agora; e só me resta lamentar...
porque de fato ele está ali
e mais se parece um velho de pijamas
já vestido para dormir, como um anúncio do indesejado adeus lisérgico
que sempre vem,
à espera do momento em que a letargia tornar-se-á perene
expulsará as visitas
e deixará, recolhidos, aqueles que tiveram a "sorte" de ficar.
Nós que ficamos.
como se só ele estivesse encorpado dessa sorte
de certa forma dono da situação
realizada a sua vontade
e eu tivesse que ser a fonte
justo quem não suporta essa letargia acompanhado
de um de pijamas...
contrariado...
esse fim finado em terminar
que coloca em evidência quem vai restar ao lado de quem
quando o que é dá evidências, passa por cima das possibilidades, maltratando o sujeito com seu fim em si mesmo
e eu não quero nenhum velho de pijamas olhando pela porta entreaberta
para saber o que é que há com tudo
não quero amanhã ter a angústia de levantar do sonho dividida com alguém - tendo que automaticamente ser superada.
Um deserto, e uma cobra me seca enroscada
ao se esparramar na minha
casa
na minha
casa...
quarta-feira, 24 de junho de 2009
erudição, ou a busca do sonho
vejo a procura em todos
a procura
não pelo mundo, não pelo fundo
mas para si.
emsimesmados.
matéria pura, conhecimento impuro
encorpecido
envaidecido
famigerado.
A lisonja moral
a hierarquia, a autoridade
reconhecido, individ(u)ado.
saber para ser poder,
poder ser
homerizado.
a procura
não pelo mundo, não pelo fundo
mas para si.
emsimesmados.
matéria pura, conhecimento impuro
encorpecido
envaidecido
famigerado.
A lisonja moral
a hierarquia, a autoridade
reconhecido, individ(u)ado.
saber para ser poder,
poder ser
homerizado.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
andar é perder e ganhar equilíbrio
exercer minha vontade de poder
beirar beirando pelas beiradas
controlar qualquer impulso ao perder
beirar beirando pelas beiradas
lapidar com sangue a memória bruta
beirar beirando pelas beiradas
esboçar cantando o fim da história-luta
beirar beirando pelas beiradas
criticar-se ao ponto de mudar-se em tudo
beirar beirando pelas beiradas
ouvi-la falando e reconhecer-se mudo
beirar beirando pelas beiradas
fechar o mundo em um só aspecto
beirar beirando pelas beiradas
beirar beirando pelas beiradas
controlar qualquer impulso ao perder
beirar beirando pelas beiradas
lapidar com sangue a memória bruta
beirar beirando pelas beiradas
esboçar cantando o fim da história-luta
beirar beirando pelas beiradas
criticar-se ao ponto de mudar-se em tudo
beirar beirando pelas beiradas
ouvi-la falando e reconhecer-se mudo
beirar beirando pelas beiradas
fechar o mundo em um só aspecto
beirar beirando pelas beiradas
terça-feira, 16 de junho de 2009
não deixa de ser eu
Reduzido,
me dei conta hoje no metrô,
a somente um ser de sentir sabido,
de vastos vazios e profusões
profundas
já todas reconhecidas e mapeadas.
Agora EU já sei,
ninguém mais me ensina
o que sinto,
eu mesmo me respondo;
e me calo, compreendido
por mim, silenciado
por cognições e sinapses
positivadas.
É bem como se eu sentisse minha emoções mais arrasadoras
engarrafadas
dentro de poliedros de cristal, como enfeites,
bibelôs através da fina camada transparente de vidro;
objetos
agora
apenas,
inofensivos, meros corpos fechados, enjaulados,
expostos para contemplação,
abertos para visitação - pipoqueiro na porta -,
emoldurados para que eu possa vê-los,
enxergá-los, trabalhá-los,
mas não, não posso
invocar mais nada,
nenhum deles:
minhas sensações se tornaram
espectros
montados para o espetáculo da especulação:
posso analisar de todos os lados, por todas as faces,
enuncio tudo;
sou um naturalista desenhando espécimes.
Não sou mais embriagado por tudo,
apenas vejo, reparo e digo.
Sentir,
sentir mesmo, não sinto mais nada.
E a pergunta da vez:
agora
trago fumaça para que
deus,
então?
me dei conta hoje no metrô,
a somente um ser de sentir sabido,
de vastos vazios e profusões
profundas
já todas reconhecidas e mapeadas.
Agora EU já sei,
ninguém mais me ensina
o que sinto,
eu mesmo me respondo;
e me calo, compreendido
por mim, silenciado
por cognições e sinapses
positivadas.
É bem como se eu sentisse minha emoções mais arrasadoras
engarrafadas
dentro de poliedros de cristal, como enfeites,
bibelôs através da fina camada transparente de vidro;
objetos
agora
apenas,
inofensivos, meros corpos fechados, enjaulados,
expostos para contemplação,
abertos para visitação - pipoqueiro na porta -,
emoldurados para que eu possa vê-los,
enxergá-los, trabalhá-los,
mas não, não posso
invocar mais nada,
nenhum deles:
minhas sensações se tornaram
espectros
montados para o espetáculo da especulação:
posso analisar de todos os lados, por todas as faces,
enuncio tudo;
sou um naturalista desenhando espécimes.
Não sou mais embriagado por tudo,
apenas vejo, reparo e digo.
Sentir,
sentir mesmo, não sinto mais nada.
E a pergunta da vez:
agora
trago fumaça para que
deus,
então?
terça-feira, 12 de maio de 2009
tartamudear
e o nada
que eu sei
me envolve
sufocante
pelo calar-se
de todos
os seus sorrisos
complacentes
recheados de saberes
resguardados
tão profundos
para além dos meus.
é tão injusto
não conseguir
armar-me
das tantas palavras
que só o tempo
e a prática
revelarão.
é tão falso
crer num saber
em que só
o que se diz
é o que se quer
dizer:
um vazio
que venta-me todo.
é o nada
que sei
porque tudo
se torna
só
o que dizem:
privação.
que eu sei
me envolve
sufocante
pelo calar-se
de todos
os seus sorrisos
complacentes
recheados de saberes
resguardados
tão profundos
para além dos meus.
é tão injusto
não conseguir
armar-me
das tantas palavras
que só o tempo
e a prática
revelarão.
é tão falso
crer num saber
em que só
o que se diz
é o que se quer
dizer:
um vazio
que venta-me todo.
é o nada
que sei
porque tudo
se torna
só
o que dizem:
privação.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
decadência cumulativa linear progressiva
como que cheio de problemas fluidos
dizer e não dizer
a diferença que faz
viver
dói muito
o mundo
deteriora-se mais
o tudo
em pedaços menores
e menores
cadaz vez menos
uno
sentir sobrepõe-se ao pensar
porque nada mais é
indissolúvel
micropartículas do fundo
agitadas
e eu não vejo mais nada
nem tudo
eu misturo
é muito mais e mais e mais
porque falta, falta, falta
e nada se resolve
e nada se resolve
e nada se resolve
mais do que nunca
dizer e não dizer
a diferença que faz
viver
dói muito
o mundo
deteriora-se mais
o tudo
em pedaços menores
e menores
cadaz vez menos
uno
sentir sobrepõe-se ao pensar
porque nada mais é
indissolúvel
micropartículas do fundo
agitadas
e eu não vejo mais nada
nem tudo
eu misturo
é muito mais e mais e mais
porque falta, falta, falta
e nada se resolve
e nada se resolve
e nada se resolve
mais do que nunca
quarta-feira, 29 de abril de 2009
cuspe de evidências
Passa o cartão e vai embora o que é seu.
Os seus sonhos e o preço,
que aumentam.
O que você tem restringe o que você pode.
Destino Manifesto? Só se forem as super-estruturas,
só por causa delas... É bem complicado,
convenhamos,
realizar-se. Realizar-se?
Se tornar real.
Você, ou seja,
os seus sonhos, tornados reais.
Você, então, no seu estado de agora,
não-realizado,
é um espectro.
Tornar-se real para os sonhos encaixarem
- como um realizar-se meio "se toca", "realiza!" -
ou o sonho do ilimitado,
o sonho quântico?
Você passou o cartão e deixou lá, para eles
- seja lá quem for -,
uma parte desse seu espectro,
desse seu campo de possibilidade
(i)limitado,
porque agora você se sustenta em menos,
you have less to afford what you want since you wasted.
Mas o mês tem fim, e o salário vem de novo,
endividado dos seus sonhos que você não pôde bancar
no mês passado,
assolado pela inevitável, por mais que ínfima, inflação
dos veículos para torná-los reais.
Progressivamente pior:
o tempo inflaciona tudo. Os recursos são escassos.
É tudo mais
caro, mais
difícil
e triste.
Os seus sonhos e o preço,
que aumentam.
O que você tem restringe o que você pode.
Destino Manifesto? Só se forem as super-estruturas,
só por causa delas... É bem complicado,
convenhamos,
realizar-se. Realizar-se?
Se tornar real.
Você, ou seja,
os seus sonhos, tornados reais.
Você, então, no seu estado de agora,
não-realizado,
é um espectro.
Tornar-se real para os sonhos encaixarem
- como um realizar-se meio "se toca", "realiza!" -
ou o sonho do ilimitado,
o sonho quântico?
Você passou o cartão e deixou lá, para eles
- seja lá quem for -,
uma parte desse seu espectro,
desse seu campo de possibilidade
(i)limitado,
porque agora você se sustenta em menos,
you have less to afford what you want since you wasted.
Mas o mês tem fim, e o salário vem de novo,
endividado dos seus sonhos que você não pôde bancar
no mês passado,
assolado pela inevitável, por mais que ínfima, inflação
dos veículos para torná-los reais.
Progressivamente pior:
o tempo inflaciona tudo. Os recursos são escassos.
É tudo mais
caro, mais
difícil
e triste.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
vontade de amar
as privações
da verdade, pública
da imperativa mentira verdadeira
e toda a sua categoria
concensual
porque é assim que é a vida
uma vez nascido - e seus gens já definidos
você ainda vive sob uma condição
humana
de seu tempo-e-espaço
seja em qual tempo for
em qual era for
aonde for
haverá uma conjuntura
haverá modos e métodos
o possível, o impossível e o desejado
eu criei um refúgio
ou simplesmente um procedimento
para me manter existindo:
vivo
exercitando
o desejo
pelo
indesejável,
quero
a beleza
do que não é mundo
como uma desculpa
como um discurso
de quem nunca vai fazer suas vontades
nem amar de verdade
da verdade, pública
da imperativa mentira verdadeira
e toda a sua categoria
concensual
porque é assim que é a vida
uma vez nascido - e seus gens já definidos
você ainda vive sob uma condição
humana
de seu tempo-e-espaço
seja em qual tempo for
em qual era for
aonde for
haverá uma conjuntura
haverá modos e métodos
o possível, o impossível e o desejado
eu criei um refúgio
ou simplesmente um procedimento
para me manter existindo:
vivo
exercitando
o desejo
pelo
indesejável,
quero
a beleza
do que não é mundo
como uma desculpa
como um discurso
de quem nunca vai fazer suas vontades
nem amar de verdade
sexta-feira, 27 de março de 2009
Que percam suas majestades!
nobres, nobres, nobres
não é possível que ainda estejam entre nós!
que ainda sejam sobre nós!
as suas belezas,
as suas destrezas,
as suas nobrezas...
serão eles sempre, ELES serão...
nossos esforços nunca suficientes são o ó
perto de quem já é o que há
renda-se, ou não, ao sorriso do privilegiado
não é possível que ainda estejam entre nós!
que ainda sejam sobre nós!
as suas belezas,
as suas destrezas,
as suas nobrezas...
serão eles sempre, ELES serão...
nossos esforços nunca suficientes são o ó
perto de quem já é o que há
renda-se, ou não, ao sorriso do privilegiado
terça-feira, 3 de março de 2009
olhar
Enquanto se procura o que se é
mentalmente
se analisa o espaço físico em que se encontra.
Matéria
e idéia
se confundem
em uma temática pouco reveladora:
o motivo pelo qual viver, continuar vivendo, exercitar a vida.
Revelações inconsistentes,
apetrechos digitais passadores de tempo:
eu sei que sou muito novo,
mas desde já,
como se a vida fosse uma só pra todos,
eu canso sem desligar.
mentalmente
se analisa o espaço físico em que se encontra.
Matéria
e idéia
se confundem
em uma temática pouco reveladora:
o motivo pelo qual viver, continuar vivendo, exercitar a vida.
Revelações inconsistentes,
apetrechos digitais passadores de tempo:
eu sei que sou muito novo,
mas desde já,
como se a vida fosse uma só pra todos,
eu canso sem desligar.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
acordando do sonho
Me ponho com meus braços me abraçando,
como se fosse necessário perante tanta frustração.
Quando achei que estivesse indo,
deixando um lugar seguro,
em direção a algum tipo de realização,
eu tive que voltar pra casa.
Não havia mais eu em casa,
logo
não havia motivo para que ficassem por lá,
não havia mais quem estava antes,
nada se cristaliza num mundo
flúido e
cheio de vontades de poder e
de ser feliz.
O abraço que me dei foi
a expressão máxima do meu egoísmo, foi
uma tentativa de descobrir até onde me basto para
a propulsão de um novo sonho.
Mas as minhas mãos,
por trás das minhas costas,
que só conseguiam afagá-las em determinadas áreas,
nunca nelas todas,
sempre faziam movimentos
como se quisessem seguir
mais para trás,
para procurar alguém pra
apertar, abraçar,
que não fosse eu mesmo.
Peguei o telefone e disquei o número já sabido de cor.
como se fosse necessário perante tanta frustração.
Quando achei que estivesse indo,
deixando um lugar seguro,
em direção a algum tipo de realização,
eu tive que voltar pra casa.
Não havia mais eu em casa,
logo
não havia motivo para que ficassem por lá,
não havia mais quem estava antes,
nada se cristaliza num mundo
flúido e
cheio de vontades de poder e
de ser feliz.
O abraço que me dei foi
a expressão máxima do meu egoísmo, foi
uma tentativa de descobrir até onde me basto para
a propulsão de um novo sonho.
Mas as minhas mãos,
por trás das minhas costas,
que só conseguiam afagá-las em determinadas áreas,
nunca nelas todas,
sempre faziam movimentos
como se quisessem seguir
mais para trás,
para procurar alguém pra
apertar, abraçar,
que não fosse eu mesmo.
Peguei o telefone e disquei o número já sabido de cor.
domingo, 8 de fevereiro de 2009
reflexões de principiante?
a vida esperada
e seus rumos possíveis
e trajetos perfeitos
encontram-se,
talvez não tão racionalmente,
na solução pela raiz de nossos sussudios,
naquele ponto
que todo mundo sabe que tem
e que tem que melhorar,
porque a reação em cadeia
de liberdades
é que expõe pessoas e eventos,
direções e reconhecimentos,
e as coisas vão acontecer,
certamente
como sonhado.
Tudo pra eu levantar da cama
e beber água,
para engolir
serotônico
o futuro
e a minha insônia
eufórica,
com a certeza estufada,
peito aberto,
que só planos perfeitos
liberam.
e seus rumos possíveis
e trajetos perfeitos
encontram-se,
talvez não tão racionalmente,
na solução pela raiz de nossos sussudios,
naquele ponto
que todo mundo sabe que tem
e que tem que melhorar,
porque a reação em cadeia
de liberdades
é que expõe pessoas e eventos,
direções e reconhecimentos,
e as coisas vão acontecer,
certamente
como sonhado.
Tudo pra eu levantar da cama
e beber água,
para engolir
serotônico
o futuro
e a minha insônia
eufórica,
com a certeza estufada,
peito aberto,
que só planos perfeitos
liberam.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
diferente de 68
como o amor poético é nostálgico,
e a virtualidade excessiva
inativa a experimentação de um romance
romântico...
mas a pós-modernidade argumenta possibilidades
reais
abundantes
quem somos nós?
contrapostas à materialidade e só.
eu tenho um subjetivismo sustentado pelas tendências:
um amor não correspondido sem alvo
e o meu tesão carnívoro
saciado por descargas químicas
em sintéticos
em cigarros
em idéias fugitivas que me calam aos atropelos
ridículo!
e a vida é isso aí, ó
e a virtualidade excessiva
inativa a experimentação de um romance
romântico...
mas a pós-modernidade argumenta possibilidades
reais
abundantes
quem somos nós?
contrapostas à materialidade e só.
eu tenho um subjetivismo sustentado pelas tendências:
um amor não correspondido sem alvo
e o meu tesão carnívoro
saciado por descargas químicas
em sintéticos
em cigarros
em idéias fugitivas que me calam aos atropelos
ridículo!
e a vida é isso aí, ó
da nossa cultura
é não contar
achando que conta
e vangloriar isso
circundar
ciscar
cuspir
e não sair de perto.
é quase crer em Jesus e não dizê-lo
simplesmente não dizer por prazer de negar
se, é claro, Jesus fosse aquilo que disse que era
de espaço para todos
de misericórdia
e amor.
é o enovelamento contínuo e interminável
mumificando o sentimento que precisa de trégua,
digo, morrer pra sempre.
individualismo da nossa época
como a ressaca de uma animosidade com a cristandade
graças aos maus-tratos medievais.
só diga
eu vi o fim de tarde
senti o sussudio
e já estaria bom por enquanto
achando que conta
e vangloriar isso
circundar
ciscar
cuspir
e não sair de perto.
é quase crer em Jesus e não dizê-lo
simplesmente não dizer por prazer de negar
se, é claro, Jesus fosse aquilo que disse que era
de espaço para todos
de misericórdia
e amor.
é o enovelamento contínuo e interminável
mumificando o sentimento que precisa de trégua,
digo, morrer pra sempre.
individualismo da nossa época
como a ressaca de uma animosidade com a cristandade
graças aos maus-tratos medievais.
só diga
eu vi o fim de tarde
senti o sussudio
e já estaria bom por enquanto
domingo, 14 de dezembro de 2008
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
visão aristotélica para uma sensação platônica
passividade em cena
quem disse que é preciso agir pra ser quem você é?
então me pergunto quem sou
e sempre parado, reflexivo,
me torno o pior dos platônicos
o que busca conhecer-se a si mesmo
no mundo das idéias
minha metafísica engole qualquer vestígio de intenção de realidade
mas a dialética do materialismo
quer quebrar super-estruturas em mim
quer acabar com essa idéia de mundo das idéias
quer agir
passo a passo
antítese por antítese
porque morremos todos
porque real é real
porque pasmar e ver o tempo passar, achando que pensa sobre o mundo todo,
não é tão eterno quanto aparenta essa imaterialidade do pensamento
conhece-te, de fato, de verdade, na matéria, a ti mesmo
lembremos todos que a existência precede a essência
quem disse que é preciso agir pra ser quem você é?
então me pergunto quem sou
e sempre parado, reflexivo,
me torno o pior dos platônicos
o que busca conhecer-se a si mesmo
no mundo das idéias
minha metafísica engole qualquer vestígio de intenção de realidade
mas a dialética do materialismo
quer quebrar super-estruturas em mim
quer acabar com essa idéia de mundo das idéias
quer agir
passo a passo
antítese por antítese
porque morremos todos
porque real é real
porque pasmar e ver o tempo passar, achando que pensa sobre o mundo todo,
não é tão eterno quanto aparenta essa imaterialidade do pensamento
conhece-te, de fato, de verdade, na matéria, a ti mesmo
lembremos todos que a existência precede a essência
sábado, 29 de novembro de 2008
péssimo ouvinte
é o momento em que tudo se resume às formas que têm
eu sou posto pra pensar
sou jogado, empurrado para o abismo por uma simples pergunta
não tão simples
cheia de não-me-toques, de introdução, enunciado
eufêmica pergunta
uma fronta a dar a resposta entalada
como um empurrão com um dedo
o último toquezinho que me faltava pra cair
e então todas as coisas parecem idéias simples
não consigo mais ver o tudo que elas abocanharam
e o vazio como uma ventania
reduz-me à amarga simplicidade de um ser-vivo na terra
um hominídio
primata
por causa de umas palavras que não fui amaciado pra ouvir,
eu saí da incandescência da complexidade da existência
em uma derrocada em direção à cansada materialidade
ao depressivo é só isso
mas que falta de tato a sua...
eu sou posto pra pensar
sou jogado, empurrado para o abismo por uma simples pergunta
não tão simples
cheia de não-me-toques, de introdução, enunciado
eufêmica pergunta
uma fronta a dar a resposta entalada
como um empurrão com um dedo
o último toquezinho que me faltava pra cair
e então todas as coisas parecem idéias simples
não consigo mais ver o tudo que elas abocanharam
e o vazio como uma ventania
reduz-me à amarga simplicidade de um ser-vivo na terra
um hominídio
primata
por causa de umas palavras que não fui amaciado pra ouvir,
eu saí da incandescência da complexidade da existência
em uma derrocada em direção à cansada materialidade
ao depressivo é só isso
mas que falta de tato a sua...
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