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domingo, 29 de junho de 2008

He fuckin' did it

Com a canetinha e o papel na mão eu sei que não rola. Então, tive que vir para cá, tentar escrever um pouco aqui no teclado mesmo, ainda que eu esteja achando tudo isso aqui uma merda, mas não, não vou parar, é tudo uma questão de resistência minha, tenho que resistir a essas vontades do demônio que querem me impedir de continuar, o capeta não sabe nada da minha vida, não sabe nada do que eu quero, sai encosto fdp!
Acho que ele saiu. Eu ouvi um silêncio muito bom dentro de mim, um silêncio de certeza de que ele não mais me persegue. Mas é tudo mentira minha, tudo mentira que eu falo para mim mesmo, tentei interpretar esse demo de uma maneira simbólica e existencialista, de modo que as minhas escolhas e as minhas posturas em relação ao mundo mudassem o comportamento desse símbolo que eu criei freudianamente para mim. Mas é tudo uma tentativa falha, ele está aqui, o fato de eu me demorar um pouco, colocar um ponto aqui, outro ali, iniciar um parágrafo, não adianta, ele é mais forte que isso, maldito encosto, ele está vencendo, não!, minhas idéias estão chegando a um clímax e depois do clímax vem o final; mesmo que eu não quisesse, ele está tomando conta de mim, minha mente, desce pelo meu pescoço, percorre meus braços, minhas mãos, meus dedos...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Se eu me deixo levar pela inexorável volúpia da escrita, ela virá, não cedendo a interesses de setores desinteressados. Ela pode não ter conteúdo, pode não ser socióloga, como o FHC, pode não refletir tudo o que é necessário e crítico em relação ao mundo. Sim, ela pode tudo isso, porque ela tem carisma. E por isso se apóia nos clamores do meu povo, que clama por arte. Quando começa a falar, sabe que só precisa se comunicar no têtê-à-têtê, ou melhor, no mot-à-têtê. Ela fala com naturalidade, eloqüência e bom-humor, sorri para a câmera, não se irrita com escândalos e, só com um olhar diferente, só com a forma com se apresenta - suas caretas, suas figuras de estilo -, são percebidas no ato as suas perspectivas sobre o que disserta. Se fala de problema, elucubra-o, mas não deixa transparecer nem um feixe de desesperança. Trata o problema como uma questão de ponto de vista. Os outros, os cheios de conteúdo e exigências, só escrevem quando têm certeza. E certeza, meus caros, todos sabemos: é uma análise pessimista.
Passear por palavras traz a busca por sentido à tona. Não é raro começar a escrever sem um objetivo, sem nada de comprometimento conteudista. Nesses momentos, o sentido do texto passa a ser a busca do seu decorrer e acaba sendo o que se vai construindo. O processo vai desde o início; ele já começou para que fosse desenvolvido o sentido. Conforme o tempo passa e as palavras vão saindo, o sentido do texto sempre parece estar prestes a sumir e a ansiedade começa a ser reconhecida como um sentimento presente. A dúvida sobre terminar ou não o escrito, sobre terminar no momento certo, com o tom enfático desejado ou sem ele. É comum também pensar sobre um encerramento mais relacionado ao que se diz no texto, onde já se vem estruturando o final. Seria um ótimo exemplo se eu terminasse agora.
Mas não, ainda não. Aquilo foi só um ponto, um fim de parágrafo. Gostaria de poder dizer mais antes de pôr um fim em tudo isso. Não necessariamente lançar um conceito novo, o entuito não é a reflexão, mas o passa-tempo. E passando o meu tempo, eu vejo como é bom utilizar minhas habilidades para o meu proveito, e a minha vontade de construir o patrimônio da humanidade eu espero vir por conseqüência.