segunda-feira, 7 de maio de 2018

o objeto para o materialismo histórico crítico

Se se pretender realizar uma teoria do objeto nos termos do meu proposto materialismo histórico crítico, será indispensável que se passe pela acepção psicanalítica do termo objeto. É a dimensão vital-fisiológica que determina o viés pelo qual o sujeito lerá a condição do mundo. São, portanto, as suas estruturas reguladoras de vitalidade contemplada que definirão o comportamento do sujeito com relação às formas do mundo. O interesse vital de cada sujeito, por sua vez, deve ser entendido como a forma libidinal que emana do sujeito, que a entidade desejo assume. É esse funcionamento vital-fisiológico que desperta tanto a luta de classes quanto o fetiche que a mercadoria exala -- na inveja, na ganância. Se levarmos em conta a historicidade e a trans-historicidade desse fenômeno, perceberemos que o objeto de desejo é transmitido e transfigurado, superado, pelo desdobrar-se dos conflitos geracionais inter e intra familiares. As entidades genético-biológicas, que são os indivíduos, disputam espaços de contemplação dos seus interesses vitais para si mesmos, o que repercute no esforço pela manutenção das suas entidades genéticas, da maneira mais exaltada possível. Por isso, inconscientemente, disputamos libidinalmente: porque a sexualidade é a forma pela qual os sujeitos enxergam o mundo em última instância, com ganas de buscarem realização e prazer na insígnia do status vital, ou auto-sócio-prestígio, algo que é herdado pelas conquistas e acúmulos das disputas geracionais do passado e limitado pela condição física do mundo.

sábado, 5 de maio de 2018

propensão marginal a gozar

O conhecimento é fruto do ressentimento, como algo que funciona porque, no sujeito, é provocada dor, e se a quer aliviada. O ressentimento, por sua vez, é a maneira natural de expressão da luta de classes, o que leva a crer que a própria luta de classes provoca, pelo ressentimento, sua feição vital-fisiológica, as motivações de sua superação; porque se é vida, organismo. A luta de classes provoca conhecimento, e o conhecimento é sempre produto do desejo de superação deontológica da dor, indefinidamente na História, sem que a dor, enquanto sensação relativa, jamais desapareça totalmente -- assim como infinitas são as possibilidades econômicas da humanidade e a propensão marginal dos humanos a gozar.