sábado, 22 de junho de 2013

desdobramentos do superficial

Um jovem garoto acreditou que poderia realizar suas vontades acima de tudo. Um outro jovem garoto acreditou que suas vontades não eram realizáveis. Um garoto realizou as vontades, o outro, não -- não necessariamente aqueles primeiros dois. Pensar que a liberdade não pode ser atingida é um perigo que os liberais e os libertários vêem na "severidade consigo" que o pensamento marxista exige como consequência da proletarização, uma vez implantada a ditadura do proletariado -- talvez por gerações... Esse é o maior problema do mundo: como se libertar da severidade, principalmente pertencendo a uma classe social mais baixa, mesmo pensando o mundo a partir da igualdade, porque, numa causalidade da geração da moral, a vontade, o apetite, o desejo, são a priori, esses impulsos vitais -- a moralização é consequência da sociedade. Infelizmente, queremos antes de sermos proibidos, ainda que compreendamos a razão do impedimento.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

desdobramentos do superficial

Quando nos damos o limite de pensar a realidade dos bens materiais e simbólico da vida (ou vice-versa), esbarramos, inevitavelmente, no que pode separar, aos olhos de um tipo de progressistas, um conservador de um progressista. O fim da realidade, para os progressistas, deve ultrapassar e condenar os caprichos do apetite, sem que percebam que, talvez ali, resida o seu próprio gosto que, aos olhos dos ditos conservadores, seria de um vício um pouco sórdido de justificação. A profundidade como esses homens se percebem os leva a um esforço que os obriga a uma severidade. Já os por eles chamados de conservadores, por sua vez, enxergam o limite da realidade dos bens no limite da sua própria boa vida: o que chamam do seu gosto é o que os preserva de se esforçarem para além daquilo que a necessidade por justeza pode deles exigir, enquanto homens. Sim, pensam na sua própria vida, desacelerados por uma vontade de falta de esforço egoísta e pouco engajada -- e, como, com a preguiça, muitas vezes, vem uma alma morna, pode ser que procurem agir para o bem e com graça -- esse é o seu senso de justiça, que não vai além do sua economia do esforço... É quase lógico, por sua preguiça sensível, que não lutem bravamente por sobre os limites dos esforços humanos, até por crerem na própria preservação; mas, por uma sensibilidade, que é própria do homem, talvez procurem estender a mão. Para esses homens, reitero, os chamados (pelos tais progressistas...) de conservadores, o limite do seu gosto é onde está o limite da sua própria vida -- "e isso não é digno?" -- é comum que assim se defendam... Por isso é possível que neguem com muita veemência uma tal atribuição moral, porque economica (ou vice versa!), da modernidade, a todos os homens, conhecida como trabalho. Sem a força de uma pulsão para a produção, ali entre seus possíveis desejos de fazer o bem, seguidos do de se sentir bem, alheios, dessa forma, à realidade produtiva (mesmo que dela precisem para sobreviver), podem acabar sucumbindo numa pauperização material e simbólica, se não forem já cultivados e possuidores de boas riquezas, simbólicas ou materiais: a pauperização do apetite e da graça. "Assim nos agouram esses tais progressistas", eles ainda pensam! E podem, se caírem em miséria, acabar se desentendendo política, moral e esteticamente, por não exercitarem em si aquilo que a vida moderna nos fez, a nós, os iguais, necessitarmos para viver: trabalhar. É talvez a realidade da falta de bens para todos que faça a realidade da graça e do apetite (e do gosto!) impossível a todos os extratos sociais -- até moralmente e esteticamente; e que faça com que aumentem, ali na esfera da conscientização de si que torna necessário o trabalho, as probabilidades de que se cindam relações sociais que se cultivam apenas pela naturalidade do apetite. (Isso tudo sob essa tipologia advinda de tal pensamento progressista...)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

O que, inicialmente, podemos pensar um erro nos desígnios do nosso destino, o relaxamento pode provar um ok.

ta tudo bem comigo

A fome do mundo muda de mãos conforme a violência da escassez dos famintos exige não pedem a comida e atacam e quem é feito de prato ofende-se e passa a ofender em sinal de vingança porque será vingado o que teve que dar

domingo, 2 de junho de 2013

desdobramentos do superficial

Para nos preservarmos, enquanto pessoas que querem o bem-estar e não necessariamente a justiça, lançamos mão de determinados preconceitos -- estéticos. Rotulamos alguns encontros, algumas pessoas -- definimos uma sensação de socialização perigosa aos nossos anseios como de mau gosto. É assim que nos colocamos diante de alguns aparentemente deprimidos, diante dos aparentemente insatisfeitos, diante dos errados. Mas por que seriam eles assim? Pode ser que nos perguntemos, pode ser... Se alguns nem procuram a pergunta, outros têm medo da resposta; e param de querer discutir, porque vão ter que passar a pensar e agir para o bem: a nossa falta de boa-vontade com o errado, até o mais próximo, no sentido de ajudá-lo a alcançar uma colocação que agrade ao gosto, se por um lado nos preserva, por outro o degrada mais e mais -- porque o distancia daquilo de bom que podemos possuir; e pouco importa o quanto ele tente mudar, sozinho, a sua forma -- temo (e espero que ele saiba, até para que se rebele) que aquilo que o gosto valoriza seja restrito, e que o seu acesso seja, muitas vezes, impossível, principalmente por meio de uma simples empostação de boa-atitude com os que possuem aquilo que é bom, para que deem-lhe inocentemente. Do ponto de vista da educação sensível -- ou da educação social sensível, se preferirmos -- a proximidade e a posse dos bens, nesse caso simbólicos, é dada por elementos práticos, até enumeráveis, mas dificilmente o acaso e a sorte terão estado do seu lado para que ele tenha podido percebê-los e assimilá-los nas suas práticas. E os que possuem os bens para esse gosto, por terem assimilada a boa educação sensível de maneira minimamente racional, a seus próprios olhos, afastam-se do dito mau gosto, incompreensível, com a naturalidade indiscutível da clareza de interesses higiênico-emocionais. Aí nasce o injusto na estética social. Porque os que possuem, o bom gosto social mais especificamente, aqui, o adquiriram, no fim das contas, sem que os que não têm pudessem ter vindo a tê-lo. (E isso parece uma máxima para todos os tipos de bens.) Por isso têm que dar a eles tudo o que têm de bom e exaltar as suas características como boas (e assimilá-las às suas práticas!), como uma forma de contra-educação até, já que, educação, os sem bom gosto já não tiveram; como uma experiência, até; e de graça mesmo... Ou então, deveriam apenas conversar com eles e trocar ideias, como se não houvesse diferenças entre eles... No mínimo, porque não há... (Porque de que outra forma poderiam eles, que possuem, desenvolver a resolução de tal problema, gerando uma justiça da sensibilidade social? Talvez somente se desaparecessem.) Mas isso -- é demais?