quarta-feira, 28 de novembro de 2012

a presença de uma pessoa
às vezes...

ela chega e ri, com uma felicidade
preconceituosa

morra?
não matarás

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

a diferença entre descrição adjetivadora e substantivadora: diferenças no caráter do emissor? Talvez no teor e na confiabilidade do conteúdo gerado?

apenas uma mudança de espírito

mas que nos traz muitos, muitos significados sobre o desejo do emissor...

podemos dizer que a substantivadora revela uma certeza maior, ou uma impressão maior de cientificidade. a adjetivadora revela menos precisão e talvez mais espontaneidade -- e, pode ser, preguiça aos olhos de um cientista.
Eles se perguntam, eles, os mais irremediáveis, o motivo real para a inexorável, obrigatória socialização... E se pudessem viver sós? O mal que deles tomou conta os impede de aproveitar com a devida alegria os momentos em que se se reúne. Sua propensão a fingir diante dos outros é o que os torna frígidos; eles, que queriam ser os mais naturais, que eu sei, de tanto medo e vergonha, sofrem da própria interminável dor da insensibilidade para o prazer entre pares -- por quê?

terça-feira, 20 de novembro de 2012

peço desculpas a todos os realizados,
a todas as barrigas saradas
e a todos os bem-sucedidos profissionalmente:
àqueles que se empenham mesmo
com atividade...
mas é
que
ah...

terça-feira, 13 de novembro de 2012

alguma liberdade
porque o meu desejo
é fazer a minha vontade

desde que exista uma

domingo, 11 de novembro de 2012

desdobramentos do superficial

Existe um problema, para muitos, quando pensam sobre o que vai os definir num futuro distante que cada vez mais se aproxima. Se perguntam, racionalmente e moralmente, se devem ou não tomar determinadas atitudes em relação a algumas pessoas que os rodeiam. Talvez por fraqueza, acreditam que, por uma combinação de trabalho duro e socializações forçadas, se construirão como seres humanos melhores ou piores, mais ou menos bem colocados profissionalmente, mais ou menos realizados e felizes, mais ou menos livres de muitos problemas dos quais queriam já estar livres sem nenhuma mudança de hábitos sentimentais. Acreditam, et voilà, que devem suar muito e fazer o filtro dos seus amores e das suas amizades -- tão simplesmente! -- estabelecer com quem se relacionam, para que sejam o tipo de pessoa que querem ser no futuro; se planejarem, afinal o mundo não é fácil e nem há espaço para todos entre os mais prestigiados. É então que um outro tipo de ser humano lhes aparece na mente como um futuro melhor possível. Alguém dotado de graça e de benevolência, generosidade, compaixão e empatia -- e talvez de um pouco de apatia e depressão, também! Pensam na maldade que podem realizar ao estabelecerem para os outros aquilo que vêem como limites do que são capazes de oferecer em troca de nada. Mas! Quando alguém em desespero os procura, para ajuda, normalmente, dão um freio, que se percebe com um semblante mais ou menos assim ou assado -- não há para quem tem muito trabalho de si a realizar... Esse segundo homem do futuro os traz muitos probleminhas desse tipo -- e hesitam -- porque dificilmente conseguem suportar tanta negação de si mesmos em virtude do próximo -- toda a sua pouca graça não completa diretamente os desejos dos outros, já que, muito provavelmente, as culpadas de tudo isso são a sociedade e a forma como se lida com a escassez e com a tecnologia de produção. Então os dois tipos tornam-se um mesmo... Apresentando-se um produto, num mecanismo de comparação e de empostação, decidem sobre o seu próprio futuro sucesso. E sobre o dos outros, de quem tacitamente se diferenciam. Sem nunca conseguirem escolher um dos dois extremos, o do filtro ou o da graça, vão empurrando seus sonhos e suas culpas num xadrez em que dizem "esses são mais meus e merecem mais / esses merecem menos e eu vou deixar pra trás". Mais ou menos assim... Esquecem, e talvez esse seja o ponto crucial da vida, é de deixar pra trás o valor perverso dos seus interesses e levam consigo esse tal sentimento, ao mesmo tempo malicioso e denunciado, pela dinâmica de relacionamentos. É a sociedade que os corrompe, no entanto... E então a naturalidade ingênua da vida social fica espremida, de novo, sem que queiram, entre a fortaleza de levarem a cabo os seus sonhos -- e os bons seriam aqueles que viriam com eles -- e a passividade do falso baixo interesse sobre os bens que se valoriza. "Que atitude nos seria mais natural socialmente? Que atitude nos seria mais natural socialmente??" E se confundem, mais uma vez...

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

tudo aquilo que não precisamos
e tudo aquilo que não tem mais graça...

toda batata frita que fica no prato

todo desgosto pelo que fazemos de nós mesmos
das nossas vidas
das nossas carreiras

tudo aquilo que não precisamos
e tudo aquilo que não tem mais graça...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

fim de tarde = podre
ust = ridículo

porque sempre haverá (ou ainda há) os rockefeller

Muitas pessoas, talvez todas, dependendo da vida que andam levando, agem socialmente, quando estão reunidas numa sala de estar, numa varanda ou num churrasco no quintal -- mais até em escalas um pouco maiores, como em festas -- como se não estivessem diante de uma estranheza, uma deficiência que lhes é sintomática. Fingem -- e se esforçam tanto para isso que muitas vezes sustentam por longos e longos tempos esse fingimento. (Será que acreditam mesmo que conseguem fingir até para seus filhos, para que eles possam tentar ser felizes de verdade? Eu diria que não...) O que conseguem, no máximo, é suprimir as causas da estranheza do nível do conversável; por quererem viver numa realidade saudável, como ensina toda boa mãe de família... Não conseguem (é meu capricho revelar...) é sustentar essa postura -- nas salas de estar, nos churrascos do trabalho, em visitas prolongadas, em festas ruins e em conversas perdidas -- com a verdade necessária para que a deficiência seja extinta à força -- porque as condições nas quais sustentam-na não permite permanecer atuando tão bem, durante tanto tempo. Cansa; e todos, até os mais carentes, percebem o falso interesse -- ou o impedimento de conversar o inconversável -- e partem... É que a falta de empatia que temos, cada um, com a maioria das pessoas dos nossos respectivos mundos sociais, muito mais do que de intimidade, impede que nos cheguemos uns aos outros com suficiente profundidade de consentimentos em todos os 'eventos sociais' a que nos propomos, sejam eles com os mais diversos mas principalmente perversos objetivos; e isso fica tão mais forte com o tempo e conforme nos distanciamos da juventude, que podemos acabar nos encontrando num mundo em que sentimos dificuldade e medo de expor, para qualquer um, tudo aquilo que reprovamos e que achamos ridículo -- ou revelaríamos com mais clareza os nossos fantasmas, o nosso tipo abjeto, a nossa origem e o nosso destino de classe social! (risos)... Vemos, então, em conversas, digamos, atrofiadas por esse misto de vergonha e medo, surgirem momentos em assuntos em que as pessoas se esforçam ao máximo -- e falham -- para não demonstrarem realmente aquilo que define seus gostos, que demonstra qual valor inferem sobre determinados trejeitos e concepções de vida, por quererem, por quererem... Ah, porque é como se não pudessem ser eles mesmos! "Como parece superficial esse tipo de atitude, né? que tomamos diante da falta de intimidade..." diria uma prima de uma prima minha. "De empatia", eu silenciaria... (ou vice-versa!) -- , enfim, vem um silêncio, um clássico silêncio, o atual silêncio incômodo da atual poesia melancólica... (risos...) E nesse silêncio, nesse espaço vazio que existe para fora das empatias, no terreno infértil da falta de delícia e interesse pelo outro, é onde nasce esse tal tipo de ação forçada que devemos ter no mundo ~social~, se quisermos, aí, socializar; é que aflora a estranheza, ele é o seu principal sintoma... Então puxamos outro assunto -- ou saímos de perto... Mas é preciso revelar que ele é ridículo, é meu capricho revelar que isso é ridículo! Porque esse silêncio, esse sintoma e suas causas, quando evidenciados, quando percebidos, geram duas ilusões, ridículas, que movem ilusoriamente um mundo social -- e que eu adoro fomentar: uma - de que pode distinguir um mal-educado de um bem-educado; outra - de que pode evocar uma liberdade de expressão tremenda, se posto em debate. Em última instância, se debatido ao seu cabo: ou pode levar ao delírio absoluto; ou sucumbirá fatalmente ao poder do ridículo (porque o debate será ~silenciosamente~ reprimido!).

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ou sou eu

Ou a paranóia do sucesso por meio dos usos clássicos das nossas habilidades econômicas torna-nos um pouco obsoletos, ou a depressão toma uma forma crônica no mundo, pelo menos para a maior parte do tempo dele. A frustração relativa e o ressentimento conspiram pelo fim de um objetivo que se chama realização econômica. outro beijo pra regina casé.

sábado, 25 de agosto de 2012

Se você ficasse menos emburrado, que esperto seria! Porque eu iria te ver descansado, e teríamos nossos mais uma noite e mais um dia. Todo dia...

terça-feira, 7 de agosto de 2012

fashion is bigger than poetry

quinta-feira, 5 de julho de 2012

bicicleta como meio de transporte para todos

suzana confessa: "até parece mentira: eu só não corri pelo corredor eufórica porque não dá, né... atravessei ele sem sorrir, assim, escandalosamente, porque não dá, né... procurei algum colega para a piada do dia, mas não havia ninguém. tudo bem, a moça da recepção no telefone não disse até logo, mas sorriu, tudo bem também, e então eu sorri também. saí pela porta, esperei o elevador e ouvi alguma conversa de outros dois que já estavam lá. eu ri da graça deles, porque era tudo bem rir. ri-se no elevador com os outros, eu acho. saí do elevador e não disse tchau aos outros do elevador, não se diz tchau assim, sei lá, eu não disse e avancei em direção à saída, passei pela catraca, saí. estava sol, o maior sol. peguei meus óculos escuros e os vesti com um jetinho vaidoso de quase agradecer por estar sol, por ter rido da conversa do elevador e pela moça da recepção ter me dado a oportunidade de sorrir pra compensar a falta dos colegas pra piada do dia (juro que não fui maníaca no sorriso, porque não dá, né! NÉ?). peguei a minha bicicleta e voltei pra casa. PELA ORLA!"

sábado, 26 de maio de 2012

ressaca moral

as perguntas que nós nos fazemos num sábado ou num domingo de manhã, até de tarde também, encaminham-nos para algo horrível, somente se não estamos preparados para o resto da semana.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

own earn money be famous

domingo, 6 de maio de 2012

desdobramentos do superficial

Um jovem meio bucólico poderia dizer que o Fim de Tarde é um momento de sensibilidade, em que se levanta e se pega as coisas, porque o tempo acabou e é hora de se recolher. O motivo da partida seria somente o fim da tarde, e seria hora de voltar para a casa, pelo caminho, com seu grupo. Uma sensibilidade de um lugar de veraneio ideal, ou de uma vida campestre sossegada. Mas a verdade é outra. Não pegamos as nossas toalhas da pedra da cachu, nem nossas cangas da praia, porque o sol se põe somente. O Fim de Tarde, para muitos, pode ser a percepção de um incômodo estético, higiênico. A muvuca, a hora do rush, a multidão, o desassossego causado pela sensação de infestação. "Aqui não está mais bom, porque não há mais espaço para mim." Há formas e formas, no entanto, de se reagir, ou não, ao Fim de Tarde. Uma certa fantasia de bondade pode levar a agir "sem preconceitos", sem incômodo diante da deterioração estética do lazer. Uma festa ruim pode ter o seu desconforto ignorado por uma pessoa que percebe o Fim de Tarde e mesmo assim se impõe a dureza de permanecer, porque se faz crer que não deve julgar mal a frequência de determinado ambiente, antes frequentado por outra gente, ou por pouca gente. Pode permanecer lá na sua ou pode fazer amizade com todos. Tudo para não ser chamada de escrota. Outros, mais espertos ou sofisticados, podem procurar um outro lugar de lazer, outro parque melhor, outra praia vazia, outro campo mais limpo, até que estraguem de novo, e então busquem outro lazer melhor, vazio, mais limpo. Eles nos lembram: se pode se retirar de um lugar "infestado" com a velha e falsa sensibilidade bucólica: recolher suas coisas, chamar seus companheiros inconscientes e partir, sem criar alarde.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

É-se que se pode dizer que a medida da bondade de alguém está na sua capacidade de atingir a intimidade e a confiança do maior número de pessoas? Ou apenas nessa sua capacidade entre seus pares?

segunda-feira, 23 de abril de 2012

a nova fase gelo a fase velha do medo medo novo gelo medo I object!
existe uma chatice muito particular do mundo da noite que se chama "estar em busca"
um tipo particular de pensamento que se desenvolve por relações de medo e poder
diferenças entre a moral do trabalho e a moral da corrupção para o brasileiro como se fosse possível estabelecer uma diferença entre uma relação de troca pseudo-ingênua de favores e status, numa corrida pra ver quem chega primeiro e quem se aproxima mais do bom, do dinheiro, do poder. (cocaína) moral do trabalho tem o resultado como mais certo, porém mais demorado, menos remunerado, apesar de certamente remunerado, permite uma relação melhor com as pessoas, sem uma busca de status louca.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

perdido

a espiral infinita
infinita espiral oblíqua
oblíqua, oblíqua, oblíqua
quieta espiral,
minha querida,
lá em cima
mais e mais lá em cima
espiral, espiral
esquecida
esquecida
esquecida...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

por aí na praia e corpos bonitos
skate
bicicleta
inveja

eca

terça-feira, 27 de março de 2012

A Fuga

Da beira, eu fujo
Sem saber se há um risco
Vou pro lado oportuno
e me deparo com o mesmo


Não!, Não há mistificação
Só se morre vivendo
Mas na beira, Á! A Beira!
Lá se morre um vidão


Bad total
Depressão profunda, Resignação
Senta na beirada e chora
Ao som do metalcore cristão

quarta-feira, 21 de março de 2012

eu hesito
eu hesito
não -

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

"Existem determinadas características corporais que realmente definem nossa alma." Mas isso pode parecer injustificável para alguém que se recai sobre uma ideia de injustiça irrestrita, a fim de isentar-se da sua responsabilidade sobre si. A figura do problema aparece dos dois lados - do lado de quem sofre da alma pelo corpo e não procura mudança, e do lado dos que observam o comportamento de dado indivíduo problemático por fora de sua mente. De um lado, o do problemático, o problema é de ordem imaterial, a causa do problema não está na sua irresponsabilidade corporal, e sim num relativismo infinito e real escorado numa barganha por justiça. Do outro lado, o problema é de ordem prática e pessoal, e a causa do problema está no que foi feito do seu corpo.

sábado, 28 de janeiro de 2012

uma vez que reconhecemos o bom valor das coisas, podemos nos surpreender com a facilidade com que passamos a conseguir realizar desejos. Mas é preciso muita preparação para que seja com muito vigor que sua atitude de boa opinião se faça valer até que se chegue ao ponto em que o seu entorno tenha-se modificado o suficiente para que só se veja prosperidade. E é preciso ser jovem ainda, eu acho.