sexta-feira, 28 de setembro de 2018

do déficit vital

No mínimo ingênuo será aquele que disser que a felicidade é uma condição cujos motivos são inelencáveis; aquele que diz que a felicidade é algo inefável. Um sujeito feliz será aquele que pode experimentar em sua vida o máximo daquilo que sua constituição como pessoa gerou espontaneamente de desejos. O déficit vital é justamente o estado de frustração contingente desses desejos pessoais. Isso quer dizer que a felicidade é alcançável quase do ponto de vista newtoniano: com determinada facilidade de desvendar os desejos humanos, a aquisição dessas experiências que completariam em uma razão suficiente a demanda volitiva de dado sujeito torna-se viável. "Deve ser por isso que alguns Estados ditos mais avançados já começam a pesquisar meios para o alcance da felicidade dos seus cidadãos". É exatamente isso: sendo o Estado o instrumento à mão dos sujeitos para reivindicarem os seus direitos, a resolução da pobreza interpõe novos paradigmas de direitos a serem perseguidos, leia-se a felicidade geral, a felicidade de todos e de cada um. E é também extamente por possuírem tal déficit vital irresolvível nas dinâmicas interpessoais à moda do laissez faire que os sujeitos conclamam tal instituição conhecida como o Estado para intermediarem a rearticularem a dinâmica de distribuição dos bens vitais.