sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

"Quero foder alguém".
Sou mais que isso.

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Tenho comigo algum tipo de compromisso. Compromisso com o que digo ser verdadeiro, com o que me representa, sendo exatamente como quero que me represente. Tenho compromissos. Compromissos com o que devo discursar, o que eu devo falar, com que palavras devo chegar lá. Quero chegar lá. Esse é o compromisso. Infelizmente, tenho que admitir, tenho um lá que quero atingir. Que quero atingir e não ter mais que participar de nada, nem ninguém. O meu compromisso é com a minha tranqüilidade, inconstante.

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Até hoje me indago: até onde minha mente vai. Consigo supor situações cotidianas, situações que se comportam como cotidianas, mas não são, todos sabemos que não são. Não queremos que seja, sejamos verdadeiros com nós mesmos. Suponho até onde isso tudo vai. Na casa de cada um, o que se pensa. Em casa... é só chegar, é só estar, chegar em casa. Se tiver, tive, se não, não, em casa cheguei. É chato, eu sei. Só em casa permanecerei. Pra sempre. Que não é sempre, que é só querer sair, e ver tudo de novo, encare como novo, não viu nada, viu? É só sorrir, seguir, feche, literalmente, seus olhos. Em frente vamos seguir, frente de onde, do tempo, maldito, ele existe... então é pra frente mesmo. Lá na frente, alguém sentado, não está apoiado, está pensando, datilografando, computador, o que quer que seja, está pensando, no seu tempo, seus problemas – problemas?!?! - suas experiências. Motivos sempre de pensamentos, que vão, que vêm, que ficam, que se consomem por atos, por desejos, affairs, sacanagem, pensamentos, por tudo tão suprimidos, meus queridos pensamentos, é, são eles quem eu procurava. Sejam como sejam, meus pensamentos, e neles, sem maledicência, o orgulho que sinto da vida.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

ócio-neg-ócio

Ser uma pessoa compromissada com o ócio me proporciona bons e maus frutos literários: escrevo por não ter o que fazer; acabo escrevendo qualquer coisa, só pra passar o tempo. Isso é bom, é fluido, mas ao mesmo tempo não me dedico a nenhuma grande obra, a nenhuma grande missão artística que eu me comprometi a cumprir, não consigo dizer a mim mesmo que ficarei de tal a tal hora escrevendo, pouco gosto de me delimitar. Sucumbo ao ócio, mais uma vez. Canso de estar escrevendo, procuro rapidamente um fim plausível, um fim que seja digno de fim – pois não acabo de qualquer maneira também, só começo! – pra voltar a não fazer nada. Me irrito, subitamente, de estar escrevendo, acho chato, acho fútil e quero voltar a circular moribundo, ocioso, pelas três dimensões. Aí, como sempre, canso de ficar por aí vivendo sem fazer nada. E volto a escrever, nunca alguma coisa planejada, simplesmente escrevo para poder parar e escrever e depois parar de escrever. Pouco penso sobre o que escreverei, a não ser que o esteja fazendo. Nada me diz respeito o que dizem sobre ócio criativo.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

PPC (Período Pré Consciência)

Estou por aqui,
dando só uma volta...
Dichava aí!
Eu tô na escolta!

Relaxa, retardado!
Que muleque escaldado!
Tô sempre aqui dando um dois...
Deixa ali teu flagrante e pega depois.

e o dois foi dado
e o flagrante para trás deixado;
só porque estava chapado,
deixou lá o entocado
bem entocado.
Voltou angustiado
até que cansou-se de tanto ter procurado:
tinha esquecido onde tinha colocado.
Seguiu conformado.
Pelo amigo confortado,
depois de ter sido zuado.

Se despediu do amigo no caminho
"como não vi? estava no papel alumínio!"
Mas de nada ele sabia:
Seu amigo, desonestamente,
com seu flagrante, sorria...

Desgraçado!,
se já supusesse,
pensaria.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Planejando a vida

Como é frustrante saber os históricos dos pensamentos dos outros. O que planejaram, o que refletiram sobre suas aflições e sentimentos, o que aprenderam com as projeções interrompidas por maldades e injustiças inerentes à vida.
Como é triste saber que posso errar, assim como posso acertar. Que devo seguir conselhos, observar experiências de vida, construir com base nessas outras experiências a minha certeza, que passaria a não ser mais aquela que pode ser duvidosa.
Determinar sem sentir, somente sabendo. Que incongruência, pois, se só sabemos o que sentimos. Deveríamos criar outro símbolo para a ciência não empírica, não se pode conjugar saber quando não se sente o que se sabe. Viva o método científico individual e morta às tradições e seus conselhos.

Reality I

The reality, even if it's past, is always about the best ways you always should go and should have gone for.

Reality II

The best reality is the one you can go for. This reality, the one you're able to go through, the reality you think you're over your time and you manage it. the thought of your, of mine, of our time is the real reality, where we're not up to do whatever we want: the circumstances of the world do not allow us to control whatever the public relations teaches, it's not always possible to convince with my persuation skills.
If it is reality, you better don't talk about her complexities, otherwise there will be lots of messed up realities.

Irritante

Quero, odiosamente, inadiavelmente, irremediavelmente, urgentemente, desesperadamente, angustiadamente, pensar em alguma coisa que preste, mas só o que buzina malemolentemente em minha mente é uma musiquinha chata, ruim, irritante, pobre, baixa - e escrota, por quê não? E o pior não é pensar na música enquanto se quer pensar decentemente (isso já é péssimo), é pensar somente o refrão e ficar repeteindo, como um disco arranhado.
Mas por que penso numa múscia que só lembro do refrão e não numa que eu goste e saiba toda? Mensagens subliminares e técinicas de controle de massa, mesmo que não intencionalmente...

nota:

A insinceridade é assim tão terrível? Creio que não. É um simples método pelo qual podemos multiplicar nossas personalidades.

Diferentes Investimentos na Bolsa da Realização

Minha vida não é nada, senão minha vida. Não a direciono a alguma coisa, abstrata ou material apenas. Ela está multi-focada, multi-drecionada. Isso faço por medo de não me frustrar tanto.

Representação e Hipocrisia

Não entenddo essas pessoas que dizem ser correto agir com os outros de maneira benévola e idealizada e procuram nos seus representantes a força e o poder e a voracidade. Pedem para que seu país seja mais forte, mais influente, mais poderoso. Ao mesmo tempo, têm aversão a quem explicite que procura a fama, o poder e a influência.
A verdade é que todos procuram poder, mas não se deve mostrar-se assim. Moralmente, só se deve explanar a busca por poder quando há algo que os representa. Deixa-se, então, aflorar um lado negro, ou melhor, natural do homem, que ele tenta esconder: a busca por poder, por ter segurança, cada vez mais segurança, de que permanecerá, pelo máximo que puder, vivo. E só sabe se está permanecendo mais vivo se houver quem esteja menos, ou vivendo pior, morrendo mais cedo.
Na vida cotidiana, relacionando-se com os outros, mostra-se quem se é, quem se pode ser, e não quem se quer ser, que se mostra nas representações. Mostra-se quem é, formado pelos anseios e palos impecílios do mundo. Por isso, tentamos ser suaves e transparecemos compaixão, pois acompanhamos os outros, pois há contato e por isso coersão. Não havendo sentimento nas relações entre instituições, só interesse e ideologia, não há compaixão e nem coersão por sentimentos, pois não se relacionam humanos. Emerge, então, toda a necessidade de certeza de vida melhor inconseqüentemente, a busca pelo poder e o fazimento da piora da vida de outros, para sentir-se bem, pois bem, na verdade, só se sente quando está melhor.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Gula:

Gabriela olhava todo aquele banquete, toda aquela variedade, toda aquela riqueza desgutável, engulível, saboreável, não conseguia parar de comer. Quando achava que estava satisfeita, olhava para o lado e via um lindo pernil. Ainda não tinha provado o pernil, tinha uma aparência tão maravilhosa, lustroso, quentinho, certamente delicioso. A rapariga - prostitua mesmo! - nunca tinha visto tanta comida em sua frente. Acostumada com refeições magras, pouco calóricas e, por conseqüência, pouco saborosas, Gabriela viu-se no mais maravilhoso cantinho do céu. Era o que seus hormônios lhe diziam. Como magra e necessitada que era, não era comum que acordasse e comesse algo, somente quando fazia algum programa de noite inteira, num hotel, mas nunca num hotel desses, com tanta comida: isso era mais raro ainda, coisa de uma vez na vida outra na morte! TINHA que aproveitar. Naquele momento, ao acordar e ver tal fartura, aquela pessoa magra liberava quantidades imensuráveis de Grelina no seu estômago. As únicas oscilações possíveis na sua linha de raciocínio era a respeito do que começaria comendo. Ou o que comeria depois, era tudo tão lindo... Cada mordida, cada movimento involuntário da língua, cada deglutição explorava os mares de sabores que toda aquela maravilha porpocionava. Sem saber, Gabriela explorava todos os poços de sabor com suas papilas gustativas. Ela com certeza nada sabia sobre a existência de papilas gustativas, onde elas estariam localizadas, o que elas captavam; a jovem era tão superficial que parecia somente sentir. Não entendia aqueles prazeres por enquanto, não pensava no amanha, numa possível indegestão, numa engorda que a faria perder clientes, quem sabe. Era mais forte do que ela. Aquele hormônio que estimulava ímpetos, ações, sobrepunha-se à razão pouco desenvolvida daquela prostitua novata.
Seu cliente, Senhor Amadeus, era assim que se apresentara a ela, tinha cara de mafioso, bicheiro, traficante, mas daqueles que nunca são presos. Ele tudo observava. Pouco comia, um ou outro pedaço de pão com queijo Bria, alguns goles na taça de champagne... Via tudo, via nela o prazer rústico, não analisado, percebia quase que sensivelmente os níveis hormonais altíssimos. Como racional que era - e exímio conhecedor das ciências -, o Senhor Amadeus esperava, com a paciência de um sábio, a euforia da gula cessar naquela menina. Essa parecia ter Grelina a sair pelo ouvido! Não parava de comer! Enquanto não acontecia o esperado, o senhor gostava de observar os semblantes do prazer puro. Aquela menina burra, devido a um longo e irreversível período de ignorância, já não tinha mais a capacidade de superar o mundo em que ficam restritos aqueles que somente sentem. Era isso o que pensava o camarada provedor. Esperava, ansiosamente, pelas baixas hormonais da moça; esperava ver na emergência da Leptina e na sucumbência da Grelina a mudança comportamental de Gabriela.
Gabriela começava a ter os primeiros sinais de saciedade. Dava um golinho no champagne, depois um golão no copo d'água, sentia-se levemente entalada, mas aqueles líquidos ingeridos abriam um espaço a mais no estômago, liberava o esôfago antes obstruído por pão e queijo e filé e pernil. Começava a sentir os bolos alimentares boiando naquele acúmulo de líquidos que diluíam o suco gástrico, forçando ainda mais a célula G a produzir mais e mais Gastrina, que por sua vez estimulava o estômago a produzir o ácido gástrico no estômago. Talvez a garota não soubesse, mas os fluxos de Leptina começavam a chegar ao estômago. Devido a grande ingestão em um período muito curto de tempo, as doses de Leptina enviadas ao estômago foram muito altas. A comida, para ela, já não representava mais tanto assim. A Leptina agora fazia Gabriela não desejar mais tanto aquele bando de comida que ainda jazia sobre a mesa de jantar da casa do Senhor Amadeus. Sentia seu estômago lotado, inclusive comentara com Amadeus "estou lotada!". Amadeus rira e perguntou se ela não queria recostar-se na cama. Aquela quantidade imensa de comida ingerida, de uma hora para outra, não parecia mais bela, parecia um chumbo, um diabo, um encosto na sua barriga. Respirava mal e, a cada respirada mais profunda, seu estômago anuncava um arroto que tinha que prender a respiração para soltá-lo antes. Depois soltava o ar respirado pelo nariz. Cada arroto era um alívio.
Gabriela começava a sentir-se mal. Queria ficar o quanto pudesse ali recostada em meio a tantas almofadas na cama do Senhor Amadeus, vendo televisão, com o buxo cheio. Foi quando teve que ir. O velhote tinha que receber um embaixador qualquer e não poderia ser visto com uma garota de programa. A menina levantou-se, deu dois passos e teve um teto. Viu tudo preto por fraçoes de segundos, mas logo sua visão recuperou-se. Sentiu o peso da sua barriga. Levantou a blusa e viu a protuberância que seu estômago fazia sobre seu corpo magro. Dava para ver que não era gorda, e sim que havia comido muito. E põe muito nisso! Gabriela não conseguia andar direito. Despediu-se do seu cliente, recebeu o pagamento, e foi andando pelo hotel, descendo o elevador, passando mal, mas não sabia se estava realmente passando mal. Poderia chegar em casa, ficar um tempo acordada e em seguida dormir e acordar bem. Mas, ao andar pela rua, seu destino foi se mostrando outro. Tudo ficou preto de novo, botou a mão na barriga e caiu deitada na Avenida Atlântica, às duas e quinze da tarde. Vomitou muito, ficou inconsciente, foi levada para o hospital. Morreu. De Dispepsia crônica, uma doença que tinha e não sabia, pois nunca tinha comido tanto. Para os mal entendidos, morreu mesmo foi de indigestão!




Dispepsia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dispepsia
Grelina: http://pt.wikipedia.org/wiki/Grelina
Leptina: http://pt.wikipedia.org/wiki/Leptina
Gastrina: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gastrina

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

um alô

Bom, hoje, mais uma vez, nao tenho nada a falar. Nao vivi nada muito serio no meu dia que me pudesse fazer refletir de maneira mais profunda sobre nada. Nao vi ninguém tao bizarro. Foi um dia comum, praia, televisao, computador, conversando sobre problemas de um e de outro, dando palpite, somente o corriqueiro. Comer, conversar, escrever, ficar inerte, rotina. A vida parece mesmo tranquila quando não se aprofunda nela nem quando se distancia.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Pensamentos Bem Matutinos

A madrugada, previsivelmente, tem gerado mais frutos que a luz do dia. Sob a luz, sinto-me no papel de pensar, influenciado por Apollo, e por todos aqueles iluministas, que prefeririam, certamente, apesar de que não assumiriam, ser chamados de iluminados. Metafísica é um sinônimo para dia. Sociologia também. À noite, a razão começa a dormir. Nem tudo é tão claro assim. A falta de luz parece nos tirar um sentido. Deixamos de ser humanos, pessamos a somente sentir e agir, não pensamos. Quando só executamos essas duas açoes, posso dizer que já é madrugada. Eu ajo. Não consigo dormir, porque não trabalhei a parte negra do meu ser, ela somente dormia, e agora quem dorme é a outra. E eu? Acho que nunca durmo, pelo menos hoje me parece que é assim mesmo. Estou mais para tubarão: nunca dorme por completo por ter funções cerebrais extremamente vitais, dorme primeiro metade do cérebro e depois a outra metade. Não sei se há o momento em que ambas as partes estão acordadas, mas creio que sim, caso contrário, o tubarão teria um potencial inteligível muito impressionante ao ter as duas metades trabalhando. Mas acho que fugi ao ponto, refleti demais! BINGO! Já é dia, devia ter percebido isso! Se tivese lembrado pouparia mais reflexões. É verdade, esqueço-me muito de muitas coisas durante o dia, pois lembro que esqueci. e reflito sobre o esquecimento. À noite não há do que se lembrar, é tempo livre pra viver. O fato é que o dia me faz lembrar e esquecer das coisas, acho que esse é o mecanismo das reflexões, fazer lembrar e fazer esquecer, encaminhando o sujeito para longe do ponto a ser atingido pelo início das reflexões. É esse maldito dia, odeio esquecer-me daquilo que faço, e como pensar já é fazer algo, esquecer-me do que penso já consta como algo odiado e hostilizado pela consciência das minhas sensações, mais conhecido como Eu. Ah sim! O dia e a noite, a luz e a escuridão, a pecado e a virtude, a razão e o sentimento. É, o dia é mesmo um desgraçado. Não é que esqueci!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Calculística

A realidade toda funciona, para cada um individualmente, como um painel dela. Entendemos o que se passa, as situações e sempre as colocamos como um painel, em que causas geramram conseqüências, analisa-se a conjuntura de ideologias que regem as mentes vizinhas, suas atitudes, as conseqüências das atitudes desses outros sobre você e sobre suas atitudes, a influência de suas atitudes sobre os outros e sobre a titudes deles. Faz-se um apanhado geral das riquezas que cada um possui, de seus instrumentos de controles, ou a falta deles. Como agir, como não agir, o que falar, o que perguntar. Tudo friamente calculado...