sexta-feira, 22 de abril de 2016

eu poderia ser amigo deles, mas eu nao quis e agora sinto que eu nao pego tanta gente e que eu me divirto menos. eu poderia ter mais amigos, mas vejo que atualmente as pessoas se relacionam por poder e nao por amor verdadeiro. eu acho que isso é uma paranoia, mas isso é meio verdade, se a gente parar pra pensar.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Se Marx estiver certo...

O pavor que um olhar sociológico arguto e formal gera advém da sua capacidade de produzir reações reflexivas que dessignificariam o conteúdo de uma luta específica. A conceituação sociológica pura tem por consequência isolar de contexto determinados atos que, em si mesmados, acabariam por vir a ser lidos de maneira pejorativa -- independentemente de qualquer coisa, há um tom que a ciência plebéia provoca. Seria possível, por exemplo, achar que organização política signifique o mesmo que a conhecida confusão entre público e privado, herança de sociedades de corte. Uma vez que, para a conservação de interesses de uma luta política seria necessário, talvez, nepotismo, dependendo de que lado está o bem, ou de que lado está a luta pela realização do homem, a indicação de nomes de confiança pode ser elemento central para o prosseguimento de batalhas transgeracionais, como é o caso de lutas sociais que, mesmo reprimidas, se conservam pela certeza de se estar do lado correto há séculos. A atitude constituiria progresso, e não o seu contrário, como a sociologia rapidamente leria, conservadorismo. A nomeação, por exemplo, do irmão de Getúlio Vargas para cargo de alta confiança no fim do Estado Novo, num momento em que conspirações ameaçam o prosseguimento do que, para GV, consistiam em interesses revolucionários, ficaria eximida de culpa por seus adeptos. Se, adicionado a isso, concluirmos que aqueles que o apoiavam e tinham caráter mais fascista agora conspiram contra ele; e que, no final de seu governo sem partido, ele se encaminharia para um posicionamento mais à esquerda, de vinculação com figuras como Jango e Brizola, podemos praticamente escusá-lo por sua prática nepotista, já que seus interesses políticos passavam a se voltar para o objetivo justo: a faceta esquerdista de sua personalidade, o PTB, que recebe apoio do PCB -- e onde militam clandestinamente seus membros --, cujas diretrizes, segundo a URSS no momento, são de apoio ao projeto nacional-desenvolvimentista, que fortaleceria e engrandeceria uma burguesia nacional, pré-requisito da revolução proletária segundo a leitura tida como ortodoxa do marxismo.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

E se ficar provado, no futuro, que os esforços pragmático-corruptos do PT seriam benéficos para transformações estruturais da sociedade? Além de tudo, é muito estranho ver, desde o julgamento do mensalão, se, eventualmente, Dilma e Lula também forem presos, ocorrer um processo de criminalização das históricas lideranças políticas do PT. Dirceu, Genoíno, Lula, Dilma e quem mais for, criminalizados na realpolitik. Essa poderia ser a abordagem, um tanto prosaica, de um historiador do futuro, se ele fosse de uma determinada orientação marxista sobrevivente. Esta é a questão: como lideranças comunistas por natureza poderiam não querer queimar etapas de processos para a execução das transformações necessárias da sociedade? Essa dita imoralidade da esquerda petista que poderia ser julgada ao menos com bons olhos pelo futuro, uma vez que teria sido vivida dentro de uma situação em que a batalha pela conquista do poder pela classe trabalhadora teria sido retardada com a Ditadura Militar durante plena Guerra-Fria, isto é, dentro do nosso atual regime democrático pós distenção gradual e progressiva.