segunda-feira, 23 de agosto de 2010

correr porque correr

Quando nos apercebemos de que o mundo, mesmo que ande muuuito devagarzinho, já anda assim há muito mais tempo do que pensávamos e que, portanto, todo o nosso esforço pungente, seja tecnológico, seja racional, seja conceitual de chegarmos junto e finalmente andarmos, calmos, a seu passo de tartaruga, é apenas uma atitude que nos gera alguma alegria por essas grandes conquistas (a nossos pequeninos e formigatômicos olhos) - ah! esse é o momento em que vivemos mais do que nunca o beirar - e exultamo-nos de não cair! Porque as etapas que concluímos em direção ao ideal sossego nos felicitam tanto, mesmo que nos percebamos tão possivelmente presos, iludidos por nosso tempo-espaço-pessoa determinado, que nos contentamos em dizer que, se não estamos lá ainda, esse foi o mais quase-lá que conseguimos chegar. Beiramos, assim, a certeza do caminho certo à calmaria que brilha em espasmos de luz em algum lugar ao longe; beiramos, assim, toda a incerteza que poderia nos levar à loucura (ou à barbárie); beiramos, assim, toda a incoerência e também toda a coerência; beiramos: equilibristas do meio termo, heróis de respirar fundo e soltar, budas da sabedoria nublada. Nos demos o direito de saber o que falar - falar pouco! - e, sem outra perspectiva por enquanto, de reconhecermos em nós mesmos essa nossa capacidade indescritível, incomunicável de sentir, pelo menos, o tudo que o tudo é - ou o nada. E continuamos por continuar.

2 comentários:

Luiza Gomes disse...

continua... faltam apenas 2:34 pra completar 5 minutos correndo, continua! VAMO LA BONITA, CONTINUA! queima esse culoteeee, AHAZA!

Luiza Gomes disse...

ps: esse texto é melhor sendo lido com olhos (e não escutado pelo telefone ((narrado por você NA VIBE correndo com as palavras - o que é quase um exercício aeróbico-cerebral) )). pensando bem, é bom dos dois jeitos.