Tunico Ribeiro
Gordinho pride. Ele é efusivo, cheio de opiniões contraditórias e está sempre mais oleoso do que o nomral. Muito inseguro, está sempre com algum amigo, em quem se fia para rir e tratar ironicamente as coisas que lhe angustiam. Gosta de falar das pessoas ao redor com algum amigo que irá concordar - faz isso porque não consegue parar de olhar para os outros. Ele é gay e ainda não consegue muita coisa, porque sempre tem que emagrecer. Adora reclamar das estruturas e ter opiniões de tom rodrigueano - parece que seu hobbie expor os tabus subliminares nas conversas e ver o cheiro de peido que isso evoca. Chega em casa, fuma um baseado, come e dorme, bêbado, até acordar lá pras 4 da tarde.
Salamandra Depressiva
É como se fosse o espelho de Tunico Ribeiro. É argentina, e talvez por isso seja crítica demais com a cultura brasileira. Veio para o Brasil para fazer seus estudos, bancada por seus pais argentinos. Fuma cigarros, usa jaqueta de couro curtinha e calça jeans skinny, acompanhados de um chapéu de mafioso. Sua visão pessimista sobre tudo a impede de ingressar o mundo das redes do sucesso, que somente observa crescer - torcendo contra! - nos bares de jazz em Botafogo, bairro onde mora. Não costuma gostar do que escreve, mas sente-se impelida a fazê-lo toda vez que chega em casa ressentida de uma noite de jazz em que não era a estrela e nem tinha amigos para beber. Costuma ir aos shows de jazz e ficar sozinha, enconstada na parede, fazendo pouca atenção à música e muita atenção aos fenômenos sociais de interação na noite alternativa carioca.
Sanduíche de Macarrão
Esse já está morto - se matou muito jovem, diante de uma crise de jovem, pois não sabia se deveria ir para o Rio fazer faculdade de ciências sociais na FGV depois de ter ganho uma bolsa, ou se deveria continuar em Minas, com seu sonho bucólico, infantil - queria ter uma banda de sucesso com seus amigos drogaditos do interior. Matou-se depois de tomar um ácido no alto do Pico do Papagaio, em Aiuruoca, cidadezinha onde nasceu e cresceu.
Doutor Antônio Pinto
Doutor em Ciência Política pela USP, foi eleito deputado federal pelo PSDB paulista dois mandatos consecutivos. Dá pitacos na Folha eventualmente, quando não está compondo algum quadro do governo do estado de São Paulo ou da prefeitura paulistana. Com algum asco em relação ao pós-estruturalismo de botequim, acaba preferindo uma moral liberal, por viver em São Paulo e acreditar no indivíduo racional. Suas idéias são permeadas por um sarcasmo pseudo-refinado, quando, na verdade, está sendo ou reaça ou ridículamente wannabe pontual e sensato.
Antonino dos Anjos
Ele é um cara bom. Não consegue ser exatamente dandy, porque não admite, mas gosta de ler poesia, filosofia, sociologia: o suficiente para tentar justificar um estilo de vida podes-crer contemporâneo. Inspira-se muito no Profeta Gentileza, curte Raul e prefere ausentar-se a discussões políticas com pessoas que beiram o fascismo. Um burguês moderado e bem compreensivo em relação à culpabilidade - seu pai é um juiz completamente alinhado às mais modernas teorias do direito. Sua mãe é psicanalista. Antonino tem 28 anos e ainda vive com os pais num apartamento de quatro quartos, daqueles espaçosos de prédios antigos de Copacabana.
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Um comentário:
Grande ideia.
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