quarta-feira, 11 de maio de 2016

en France and before it was cool

hoje eu estou tristinho e com poucas esperanças na vida. um sonho de ser grandioso nunca satisfaz alguém até que se o tenha alcançado.

eu queria ser fernando pessoa, nelson rodrigues e rubem fonseca, tudo ao mesmo tempo, sem tomar café nunca, nem whisky.

eu queria ser da família do chico buarque e amigo do vinícius e do tom jobim. ter conhecido o caetano veloso numa situação mais intimista e dizer para os outros que sou amigo próximo da maria betânia. o veríssimo ia sempre lá na casa do vovô, o érico, eu gostaria de dizer; e também de dizer que o prestes era seu companheiro, assim como o brizola, que ia na casa dele se aconselhar em momentos difíceis. antes do exílio, darcy ribeiro passou lá em casa para se despedir; e o gabeira namorou um primo meu, logo que voltou de paris. e dizer também que, numa dessas viagens, acabei descobrindo que a minha tia conhecia o almodóvar e o jodorowski. e também acabei descobrindo que aquela parente emprestada judia fugida da guerra tinha sido assistente do lacan em tempos áureos. se eu tivesse sorte, o meu tio teria sido orientado pelo deleuze en France and before it was cool, e a minha família teria membros tão importantes quanto todos esses, e seus parentes também se orgulhariam de nos ter como conhecidos.

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