domingo, 20 de setembro de 2009

por que você sorri pra mim?

Paro tudo por pensar em você.
E até me engano achando que devo escrever sobre ti,
pois estará para sempre, para o resto da minha vida,
você, escrito nos meus versos.
Digo isso porque sei que vou guardar os versos.
Digo isso porque sei que guardo todos os versos que escrevo.
Paro, paro tudo mesmo por pensar em você!

Vejo a sua imagem, andando, ereto, altivo, pé ante pé
e eu não te toco, porque você anda sem sair do lugar
e só a sua imagem andando parada...
Você, você, você é o meu principal martírio,
você é o meu fundamental desejo,
você é a minha maior vontade!

Mas eu não te tenho!
E é por isso que me engano ao escrever meus pensamentos sobre você.
Porque eu não tenho, tudo indica que não terei, por isso, aquilo e aquilo outro:
construtos, sim, mas sólidos, por mais que não para sempre, como prédios, que tendem a cair com o tempo, mas não caem enquanto houver quem mantenha, quem apare as fissuras.
Deixar tudo isso escrito... conforme cada letra se forma nesse papel, eu penso que você estará nelas para sempre, e nem amadurecimento, nem análise, nem nenhum bem vai fazer se apagar essa sensação em mim
porque eu escrevi você!
porque eu nunca vou ter você!
Nunca, nunca, nunca!

Construto sólido até então
Você vive nesse construto e vai morrer nele,
isso é um indivíduo: algumas estruturas não mudam nem com a mais paradoxal ciência!
Eu também vou morrer no meu construto, que não atrai você.
Mas eu me atraio pelo seu!

Eu preso aqui no meu olhando a janela do seu e você me sorri porque não te há motivo pra não sorrir porque tentar sair do meu construto pela janela em direção à sua é suicídio.
Eu fico olhando o seu construto da janela sem conseguir sair.
Essa é a sina do meu construto.
Escrever sobre você da janlea e sobre a minha sina com você,
isso é o meu construto, isso é a minha sina,
é aqui que eu posso morar.
Não escolhi ser eu, nem ser esse eu na vida cotidiana, muito menos quando sei que sou construto.

Você é lindo, você é lá e eu aqui.
Mas como eu penso estar errado!
Mas como eu quero estar errado!
Cada sujeito, um predicado
que pode perfeitamente estar enganado.
Eu posso ter me enganado sobre a verdade
eu posso ter me iludido quanto à sua verdade.
Mas há o medo da janela do meu construto,
eu vejo você fazendo suas coisas sem nem se importar nem perceber que eu vejo você.
Eu não me jogo da janela para alcançar a sua, mesmo imaginando que pudesse voar.
Descarto, assim como te imagino me dizendo: "quero que descartes essa possibilidade, essa de me alcançar, pois não dá no meu construto, não quero."

E eu procurei descartar, depois do seu discurso que imaginei, depois do discurso seu que imaginei, depois dessa verdade que eu consegui imaginar, você me dizendo docemente que não, cheio de direitos, eu constrangido, resoluto, fechando as cortinas da janela e me escondendo agora toda vez que quisesse te ver.
Não é preciso testar, pois testar seria me jogar e provar, sim, mas morrer muito provavelmente.
Nunca vivi a morte, mas tenho medo!
Nunca fui a você, mas como quero!
Aí escrevo, escrevo, com medo, eu quero, não posso, ou talvez seja cedo muito cedo para afirmar qualquer coisa.
Eu vejo você, andando, em minha direção, mas, sendo imaginação, parado, mesmo que realmente isso fosse impossível, você nunca chegando em mim. Andando, porque você anda; parado, porque nunca chega.

Eu? Parado e olhando e te eternizando em verso...

Nenhum comentário: