sábado, 6 de agosto de 2011

da natureza podre

aquele clássico silêncio
tântrico
que nos diz que chegamos no terreno do que não se deve partilhar
da individualidade
pode ser muito incômodo:
para alguns.

não deve haver problema algum com nada de nós mesmos,
afinal encontramos tanta gente todos os dias...

e ainda temos que conversar!

mas o passar do tempo...
o passar do tempo nos dá uma habilidade que temos o engano de chamar de "casca".
podemos dizer que um certo manejo educado e centrado,
respeitoso,
preserva o limite do ermo em cada um. o trato humano,
tete-a-tete, ou até o trato com pessoas muito mais pobres ou muito mais ricas e prestigiosas do que nós,
no jornal,
na tevê,
numa festa,
nos nossos procedimentos bom-dia-boa-tarde-obrigado,
revela-se um fator fundamental no que diz respeito ao convívio
não conflituoso.

"alguns podem gritar determinados preconceitos em relação aos outros e acabam expondo-se: as palavras não se cansam de atribuir novos significados a determinados atos, demonstrando a repercussão de quem emite o som que emite - como rodam seu filme! esse mesmo silêncio, metálico, que se nos apodera num almoço sozinho, assusta àqueles que não aprenderam a viver suas vidas e a domesticar suas 'opiniões formadas' a respeito das causas e das consequências da personalidade das pessoas. viver em grupos unidos é o que pode salvar paliativamente alguns inconformados com suas vidas - irreversíveis. identificar-se a determinados rótulos como uma espécie de salvaguarda para o enfrentamento de si mesmo pode ser uma tática - mas nunca uma estratégia de eficiência."

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