segunda-feira, 27 de abril de 2009

vontade de amar

as privações
da verdade, pública
da imperativa mentira verdadeira
e toda a sua categoria
concensual
porque é assim que é a vida
uma vez nascido - e seus gens já definidos
você ainda vive sob uma condição
humana
de seu tempo-e-espaço
seja em qual tempo for
em qual era for
aonde for
haverá uma conjuntura
haverá modos e métodos
o possível, o impossível e o desejado

eu criei um refúgio
ou simplesmente um procedimento
para me manter existindo:
vivo
exercitando
o desejo
pelo
indesejável,
quero
a beleza
do que não é mundo
como uma desculpa
como um discurso
de quem nunca vai fazer suas vontades
nem amar de verdade

Um comentário:

Manuela Cantuária disse...

contemplar o incontemplável,
numa expectativa sem vestígio de ingenuidade: subversiva, transgressora, incansável em seu tédio

não poderia ser menos antônio esse