quarta-feira, 29 de abril de 2009

cuspe de evidências

Passa o cartão e vai embora o que é seu.
Os seus sonhos e o preço,
que aumentam.
O que você tem restringe o que você pode.
Destino Manifesto? Só se forem as super-estruturas,
só por causa delas... É bem complicado,
convenhamos,
realizar-se. Realizar-se?
Se tornar real.
Você, ou seja,
os seus sonhos, tornados reais.
Você, então, no seu estado de agora,
não-realizado,
é um espectro.
Tornar-se real para os sonhos encaixarem
- como um realizar-se meio "se toca", "realiza!" -
ou o sonho do ilimitado,
o sonho quântico?
Você passou o cartão e deixou lá, para eles
- seja lá quem for -,
uma parte desse seu espectro,
desse seu campo de possibilidade
(i)limitado,
porque agora você se sustenta em menos,
you have less to afford what you want since you wasted.
Mas o mês tem fim, e o salário vem de novo,
endividado dos seus sonhos que você não pôde bancar
no mês passado,
assolado pela inevitável, por mais que ínfima, inflação
dos veículos para torná-los reais.
Progressivamente pior:
o tempo inflaciona tudo. Os recursos são escassos.
É tudo mais
caro, mais
difícil
e triste.

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