segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Família, ê!

Pertenço a uma família peculiar e bem normal, acredito, nos tempos atuais. Pra começar, ela é freudianamente planejada, por pais psicanalisados e teoricamente resolvidos. Uma família burguesa de ideais comunistas; e, como tal, nela, a figura da mulher é livre, apesar de ainda assim ser inferiorizada na dinâmica empírica, mesmo que havendo um contrato social de igualdade: é bem subliminar - bem século XXI! E não havia como não ser idealmente comunista se não tivesse um passado burguês - no caso um presente que se pretende passado. Mas, como a família de que faço parte é um país de capitalismo em desenvolvimento e as remessas de capital ainda não são muitas, nem muito gordas, se transmite a idéia do socialismo, sob práticas capitalistas que possam inchar o bolo para depois reparti-lo. Só se faz isso através de atitudes que valorizam a família e hostilizando figuras que venham a representar algum tipo de subversão para a volta ao subdesenvolvimento: esses são amigos ditos más-influências. Normalmente também escolhem algum membro como exemplo por ter cometido práticas indevidas. Esse aí, eu acho que sou eu; não sou exemplo para ninguém na família. O nosso regime socialista/capitalista, a la China, Venezuela, Bolívia, entende que é de suma importância o desenvolvimento da ciência e da tecnologia interna suficientes para a implantação do comunismo, para que se façam as mudanças drásticas necessárias, a fim de que atinjamos a paz e o fim da história. Ou, para o meu pai, grande líder da nação-família, o fim da sua história em paz. Por isso é importante o estudo, uma boa faculdade e os conhecimentos mais acertados, que trarão mais dinheiro, que permitirão, através das conquistas burguesas, estruturar uma vida de luxos para todos os seus iguais, sua família: todos os filhos devem ser abastados. O comunismo para essa família é a libertação que o capital proporciona - para essa família e, ouso afirmar, para Marx também, que entende a necessidade do desenvolvimento do capitalismo. A minha família é pautada nos pensamentos freudianos de estrutura familiar - papai, mamãe e dois filhos, em que os pais se dedicam, acima de tudo, aos filhos; e todos se devem amar. Por outro lado, se baseia nos ideais marxistas de liberdade coletiva, de que todos devem ter as mesmas concepções - olha o amor ideal aí, gente! -, e quem não tem, paredão. Para servir de exemplo.

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