sábado, 11 de outubro de 2008

Privada do banheiro dos filhos, entupida

São as minhas banhas
de fato são elas
e o sexo também
nunca completamente
nunca liberta-mente
nunca toque quente

Mas não
não é só isso
me recuso a acreditar que tudo esteja sendo por causa disso.
Talvez uma infância insalubre
mal-temperada
numa família freudianamente planejada
pai e mãe casados, dois filhos
unidos pelo amor que disseram: nós temos
e assim desarrumada

Alguma notas baixas me deixaram no fundo do poço:
mais uma causa ou mais uma conseqüência?

Então tá;
é tudo lindo sob outro ponto de vista -
sinapses minhas negam,
outras balanceiam
e sintetizam, ficando em questionar:
é?
O céu, eu vejo, está azul
em contraste com o verde da mata urbana do Rio
e a praia está lá
e algumas pessoas usam óculos escuros e fazem esportes por aí
enquanto outras se vestem daquilo que não é mais
e se divertem, querendo tavernas, querendo esbórnias, bossa
criação de uma ilusão nostálgica, plástica, falseada, pós-fordista
mata urbana?
enrolaram o meu arcadismo!

Seria química a minha causa de todas as conseqüências?
metabolismo e drogas e sedentarismo
uma tríade e tanto

Somos todos crianças
curiosos
inquietos
prontos para entubar nossos desejos por qualquer estímulo externo
que nos obrigue
como se não conseguíssemos dizer:
assim, assim, assado, cozido e frito, eu quero.
somos tão crianças que não sabemos
as palavras que dirão o que queremos
ou as crianças são o mesmo que nós
e acabou que somos todos a mesma coisa
impedidos por nós mesmo de tocar na tomada porque dá choque
e a sua mãe lhe disse o preço da curiosidade

se disse...
da esperança,
do amor que nós temos!

Um comentário:

Cigarros e bebidas disse...

Fala rapaz, axou qu eu naum ia aparecer neh?
To paassando ai pre dar uma olhada no sewu material, e ath agora, muito bom.

Eu evito fazer poemas grandes pq a maioria das pssoas tem preguiça de ler pq cansa. Mas apesar de grandes, seus poemas não me cansam. Muito bom rapaz