domingo, 12 de julho de 2009

suficiente não é bastante

O que é que basta?
Eu vejo a última cara que fazem os moribundos
É só viver e amar, com o corpo
pele com pele é mais
ou
É só abraçar a dor, e fazer, dela, fantasiar, o mundo maior, o mundo do amor
Concluo: as duas opções se interligam, a vida não é essência pura
os dois amores o homem tem
Eu vejo ainda... Eu vejo a última cara que fazem os moribundos...
O que é que basta?
Eu vi, eu consegui ver,
entendi, tive uma intuição factível
do que podia ser
o que basta.
Mas esqueci!
plin
e esqueci:
o olhar parou fitando a postura dos móveis
e eu finalmente senti a brisa, que era o que me esfriava
E eu via,
eu via a última cara que fazem os moribundos...
A mão estendida?
A boca, entreaberta, balbucia?
Os olhos vidrados denunciam, suplicam?
É tudo dentro de um hospital, treva e branco?
- Sim, eu vi, eu via, eu vejo
a última cara que fazem os moribundos...
Seja lá o que é que é que veem perder - o poder querer!
O quê?
O que basta?
Morrer não basta?

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