Nós, tão apegados ao progresso, nem de longe percebemos o quão vinculado ao passado é esse ideal em nossa sociedade... A nossa maior expressão de avanço se figura com um remetimento ao passado: o renascimento, como seu proprio nome diz, não se refere a nada novo que fora criado, e sim a uma inspiração no período clássico para guiar um ideal de modernidade. E no período seguinte, no romantismo, o que fazemos senão tentarmos repetir o que foi possível com o renascimento, com a inspiração nos clássicos, no passado, buscando no homem medieval o heroísmo faltante em tal época? Seguimos uma determinada lógica: o passado nos mostrou o progresso uma vez - a filosofia, a ciência, a arte -, poderá nos mostrar o progresso de novo, no período histórico seguinte, disso se encarregou o nosso inconsciente coletivo. O ideal de progresso para nós ocidentais pós-renascimento está indispensavelmente ligado ao passado, fundamos o renascimento histórico. Ou esquecemos essa idéia de progresso e nos tornamos os maiores céticos já vistos pela história dos seres conscientes no universo, ou buscamos os referenciais corretos para nossas idealizações: não confundamos mais ciência com renascer histórico. A História não está aí pra isso, pelo menos não sempre.
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