quarta-feira, 19 de agosto de 2009

confissão

aflito

porque digo o que digo
e não sei se é dito
o que encerra sentido!
digo ou não digo?
minto ou não minto?
se conceito perdido,
o que é ilusão?
dizer ou não dizer,
tentar ou não tentar,
eis a questão...

Há tanto conflito
sobre o dito e o desdito...

perdemos o início
e tudo o que discurso acaba sendo sobre mim,
(e tu, também, sobre ti)
dá pra ver nos meus olhos
(e também nos teus)
que as minhas palavras
(e as tuas, no teu caso)
são muito mais os gestos
(também é assim contigo)
exponho-me
(expõe-te)
difamo-me
(difama-te)
falo muito
(e tu, se falas...)
e mostro-me um abismo
sem fim
dentro de mim...
(e tu, o mesmo, aí dentro de ti)

é muito melhor observar
e perceber
esse velado não-dito:
o absurdo,
(impacto)
quem somos nós.

2 comentários:

Luiza Gomes disse...

ai antonio, PUTA QUE O PARIUUUUU
caraaaalhooo, q poema foderoso broder, qse chorei qdo ia chegando o final, a angustia da incomplitude engasgando na garganta, e o não-dito sendo então desvelado como algo compreensível, pq a única coisa q pode ser dita eh q dizer eh sempre incompleto, dizer eh nunca alcançar o sentido do discurso. te amo cara, soh vc me entende nesse mundo (a fernanda tbm, precisamos nos ver os 3, i mean it) hauhauha

Unknown disse...

torre de babel beirando o abismo? beirando a diáspora? "...o teu ponto é pregoar desditas" (Ilíada, Livro I- Homero) nosso ponto é pregoar desditas sobre nos mesmos? (eu e tu, tu e eu) falando sobre nos mesmos, individualmente, com uma intençaozinha muito ust no fundo sempre, sempre achando que existem palavras melhores para descrever o q se pensa, o q se faz (isso sem desmerecer o trocadilo)... nada é suficiente nunca, e nunca será... "-Jamais serão" (Capitão Nascimento)
Vai uma repressão?