terça-feira, 11 de agosto de 2009

Quando eu me referia, lá atrás, à necessidade de conhecimento, de explicação, de definição que a arte abstrata desenvolveu, eu estava tentando dizer justamente dessa progressiva decadência semiológica da linguagem, que passa a tentar abarcar em sentidos cada vez mais universais, para que haja sentido, símbolos que, massificados, antigos, denotam um sentido amplo e escasso. É preciso que se explique a arte, cada vez mais abstrata, para que se feche o sentido daquele símbolo, para que se entenda o que se quis dizer, porque a semiótica é relativa à circunstância. Dizer, dizer, dizer e dizer mais e mais e mais é o que o artista deve fazer, estipular sua definição daquele conceito utilizado, e dizer o mais que for necessário até que se consiga que o contemplador absorva o que foi dito. Porque o sentido é particular. À diáspora, para que a correlação do símbolo com o objeto seja trabalhada pelo grupo, pequeno, que se comunica mais assiduamente; a correlação tem que vir de baixo pra cima, e não ensinada, empurrada de cima pra baixo, achatando a nossa capacidade de falar do particular.

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