terça-feira, 27 de novembro de 2007

Censuras e aptidões!

Meus pensamentos: ja acreditei que poderiam transfigurar-se, sem nenhum tipo de filtragem, em palavras. Não é bem assim que a banda toca, argumentei-me, ao ver o que escrevia e analisando o que pensava. O pensamento é bem mais vasto que essas simples combinações de letras.
Muitas coisas podem filtrar os pensamentos. A censura é uma. E uma muito corriqueira. Mesmo que saiba que ninguém vá ler o que escrevo, me recuso a escrever. Poderia sair uma coisa incensurada com um teor de genialidade extremo, e que, por isso, seria obrigado a mostrá-la, publicá-la de alguma forma. Tudo o que escrevo deve, no meu entendimento, ser bom de se ler. E se não me censurar mais, terei mais coisas potencialmente geniais, até porque seriam bem mais sinceras! Todavia, fariam parte do leque de atos e desejos muito embaraçosos. Posso dizer que zelo por minha reputação!
Outro mecanismo, este de impossível controle ou reversão, é a minha incapacidade de tornar legível e inteligível minhas idéias mais metafísicas. Sinto que não tenho o traquejo necessário, a técnica de metáforas perfeitas, não consigo tornar palpável o que cogito mais filosoficamente. E sei, ou pelo menos assim as enxergo, que são idéias realmente novas, revolucionárias, diferentes das de grandes filósofos já consagrados. Contudo, o que me pega mesmo é a minha preguiça. Tenho essa vontade irritante de ficar sem fazer nada reclamando do nada que tenho para fazer, sabendo que poderia estar lendo mais, escrevendo mais, treinando mais a minha maneira de filosofar literariamente. Eu sou mesmo é um descansado, folgado, preguiçoso. E o pior disso é eu saber que poderia, se me dedicasse a fundo, esquecesse tudo o que há na terra, escrever textos maravilhosos, teorias nunca antes pensadas.
Mas a realidade não é essa! Não estou apto, pelo menos por enquanto, a escrever filosofia, nem muito menos a me dedicar à prática da escrita filosófica. Nem também irei, por enquanto, conseguir falar tudo o que penso. E é nisso aqui que vou ficar, até eu tomar jeito e estudar mais, trabalhar com a meta de me desinibir por completo - por completo, impossível -, ou até eu aprender com o tempo, assim brincando de palavras, a escrever tudo o que quero que (muito mais provavelmente, é o que será feito).