terça-feira, 13 de novembro de 2007

Ridícula Nobre Causa

Vim aqui hoje por uma causa muito nobre. Trar-lhes-ei uma elucidação das tão preciosas, calamitosas e ridicularizantes “reflexões do banho”. Fica-se parado, no banho – imagina a cena! – com xampu na cabeça, recostado sobre o Box, acariciando o couro cabeludo, pensando sobre os pensamentos de sua mãe sobre as coisas que faz, sobre o quanto você terá que fazer para alcançar determinados “X”, o quão qualquer coisa que qualquer coisa pode ser. Fica-se pensando, pelado, com uma agüinha caindo sobre si, num momento em que deveríamos apenas nos limpar. É muito mais do que isso, é um momento de reflexão, assim como o momento de evacuação. Também como uma viagem de ônibus do trabalho, ou da escola, ou da faculdade ao lar. Mas a do banho tem o seu chic-chic-bum. Tem o seu quê de ridículo. Pois é um momento em que se poderia estar muito exposto, mas não está, pois se está sozinho. Mas, como não é de todo incomum, pelo contrário, é mais comum do que a maioria dos pensamentos do mundo, começa-se a se observar por 3a pessoa, como se se pudesse ver. É aí que está todo o ridículo. Você pensa: “que coisa de louco, ficar aqui parado, com xampu na cabeça, com uma aguinha corrente caindo sobre meu corpo, pensando sobre várias coisas que muitos não devem pensar, e ainda mais, estou pelado, numa caixinha de concreto, fazendo algo que muitos devem estar fazendo, me sentindo único numa condição demasiadamente comum a muita gente.” É, tudo na vida tem o seu quê ridículo hoje em dia, é só você querer!

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