quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Além do Entendimento Humano

Eu sei: tudo é tão ruim! E por que é que não mudo? Por que já nem sofro mais, já não consigo me derrubar? Penso, não pense que não, em tudo que há de mais inoportuno em mim, em todas as prerrogativas, imprudências, nas minhas tendências tendenciosas, no meu enquadramento consciente e voluntário. Tudo rui, mas permaneço estanque. Sou, ou estou sendo, centrado, talvez adie um pouco, deixe para a hora H, faça agora só o que me foi imposto. Talvez tenha alcançado, conquistado; me preparando para mais. Vou levando, não conseguindo entender bem ainda, por isso me permito o palpite: essa é a razão do meu blasé, da minha superficialidade, inclusive ao tentar me expor. Tão apenas aparente, tão abaixo do que achava que conseguiria suportar.
Permaneci, sempre permanecendo, achando que um dia ainda posso - e vou, não é possível! - transbordar, com a escusa da logística, do planejamento; com o estigma do medo. A segurança é um bem que me falta. Não de todo, só não há o suficiente para me libertar comigo.

2 comentários:

João Paulo T.C.F disse...

É muito bonito e emocionante como você transforma as mais íntimas dúvidas, desejos, pensamentos e indagações em palavras.
Aposto que muitos compartilham dos mesmos sentimentos.

Saudações

Luiza Gomes disse...

you rock.

(dizer mais ou menos que isso seria imbecil.)