sábado, 2 de fevereiro de 2008

New Pop Culture

A volta da Britney Spears para o mundo das celebridades produtivas, há alguns meses, provocou muito a mídia, que vinha transformando a PopStar numa aberração criada pela fama. Ela veio e mostrou que ser piranha não é xingamento mais, porque de tudo o que ela fez, a única coisa que ela explora é o seu corpinho bonito e sua atitude one night stand pra tudo - pra tudo mesmo, inclusive pros seus escândalos com papparazzis, suas escoplidas com o bebê no cola, seu look careca, suas aparições bêbada, sua vagina aparecendo, até mesmo o seu estilo virgem de 17 anos é one night stand pra ela hoje. Lançou um CD inteiro em resposta às perseguições que vinha sofrendo, mas não desdisse nada que a mídia construiu a seu respeito, mostrou sim, em seus clips, que ela tem amiguinhas iguais a ela, que saem para a night e estão sempre com cara de quem está com tesão ou de quem usou muita droga. Quando não portam óculos escuros. A nova Britney também trouxe mais uma inovação no mundo da mídia: um grupo de brancas piranhas (ela, lindsay lohan, hillary duff e paris hilton). Não são as pussy cat dolls, que tiram onda de donas dos machos, de fêmea perseguidora e posicionada frente a um relacionamento. A Britney, e suas amiguinhas, foram além. Elas São as piranhas que não precisam mostrar-se poderosas sobre um mafioso para afirmarem-se como mulheres, elas são o desejo sexual de todas as pessoas do mundo, sem precisar de um rapper do lado para levantar sua moral. Elas são as piranhinhas, loiras, brancas, gostosas, sem nada na cabeça e é isso mesmo. E elas mandam. E a mais uma conclusão vejo que a Nova Britney nos trouxe, que o mundo das PopStars é dividido em dois tipos de piranhas: as negras/latinas, que assumem uma postura de mulheres com alguma moral sobre alguma coisa - talvez sobre seus negros rappers mafiosos - para poderem se sentir nobres de alguma forma, e as brancas, que sempre foram ricas, que sempre foram nobres, que sempre foram brancas, que não precisam de ninguém para mandar no mundo. Todos querem a piece of those crazy horny bitches. A Britney new-mama-crazy-discompromised-whore deixou outro fato muito iminente: a questão da credibilidade. Qualquer coisa que ela faça a macacada vai dar dinheiro, e muito dinheiro. E ela continuará para sempre a Britney Spears, passará por fases, ou não, será louca e piranha para sempre, ou entrará no eixo, encontrará respostas espirituais, ou vai se tornar um micheal jackson, ou uma madonna, não importa, mesmo que velha, quando dirão "Gente, ela está velha!". A Nova Britney é mais uma prova de que, nesse mundo, quanto mais falem mal de você, sendo você já alguma coisa, não adianta, você pode usar isso a seu favor, e mostrar seu poder com isso. A nossa dama da honestidade, a piranha-louca-drogada e inconseqüente que explora a imagem de piranha-louca-drogada e inconseqüente, na verdade nos mostrou que tudo o que queremos é o que ela tem. Sim, pois quando assistimos ao seu clipe tudo o que queremos é estar lá com ela, fazendo sexo com ela, com as amiguinhas dela, usando as drogas dela - fato que ela usa - e ainda tirando a onda que ela tira de estou ganhando dinheiro com as merdas que vocês falam e inconscientemente desejam. A Britney veio ainda como a revelação da nova cultura pop. Chega de pretas piranhas dos machões negros rappers e traficantes. Chega de alusão ao domínio das classes mais baixas. Chega de sermos século XX. Britney traz consigo o escancaro sexual da nossa geração e mais ainda, vem bem servida de preconceito e soberba. Ela nos embarcou na sua egotrip. Ela é a loira, branca, americana, bem sucedida profissionalmente e sexualmente, além de ser uma mulher independente do ponto de vista financeiro. E, sobretudo, ela é uma celebridade. Só não é bem sucedida no amor, mas, nesses tempos de feminismo sexual machista, de que serve um grande amor e dois filhos? Quero fazer valer a pena... Quero mais o quê?

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