segunda-feira, 9 de junho de 2008

Desilusões: as ilusões são mais fortes

Com promessas contruídas como verdades verdadeiríssimas no futuro, era tão mais agradável continuar seguindo os passos do mundo. E ele tinha sido esperto, escolhera promessas amplas, que encaixariam em qualquer profissão, em qualquer estilo de vida, era como se fosse a fórmula geral da realização, tudo o que queria era ficar velho e reconhecido, respeitado. Além, é claro, de ter para si mesmo tudo o que fez de bom, todos os amigos, tudo o que ele queria para a vida dele.
E para o futuro, caminhava-se. Não sabia se estava arquitetando bem o presente para o futuro. Quando chegasse lá, saberia. Talvez nunca seja capaz de saber se chegou aonde queria: o tempo pode ir erodindo os desejos, assim como o metabolismo tende a desacelerar, assim como os órgãos começam a falhar, a consciência também pode arrefecer. É porvável que, ao longo o tempo, seus planos se moldem de acordo com as maldições da realidade. E é bem possível que, com essas minhas análises, eu pare de querer tudo aquilo que eu queria antes, que era tão amplo e tão encaixa-em-qualquer-estilo-de-vida, e entenda que o que eu estiver desejando no dado momento seja tudo aquilo que eu sempre quis, o que pelo menos encaixa no que seria um plano de vida.

Um comentário:

Luiza Conde disse...

Muito bom o texto! Tem umas observações bem interessantes, quase cômicas, mas ao mesmo tempo muito reais. Acho que são reflexões que dizem respeito a todos tanto quanto diz respeito a você. E o futuro só a Deus pertence, para o nosso azar (ou sorte?).