sexta-feira, 6 de junho de 2008

Abalo

Simultânea e simbionticamente encontramo-nos com nós mesmos.


- No meio de toda aquela gente unida, amiga, disposta a ser feliz quando junta, no meio daquilo tudo, a solidão que se precisa sentir para se encontrar.


Desde aquela outra vez, em que sentiram a mesma coisa que agora, apesar da reação de cada um deles ter sido antitética, não comentavam mais nem sobre uma coceirinha incômoda que fosse: passaram a compartilhar somente a alegria social recém conquistada, o bem-estar de viver em conjunto, de poder não falar nada com nada e se fazer entendido. -


Pelo visto, sentíamos tudo igual de novo. Quando você começou a transbordar em lágrimas todos os seus pensamentos, eu consegui lê-los como ninguém - e assimilá-los como nunca. O inverno, que chegava, começava a congelar todos os maravilhosos frutos colhidos no outono. Isso também me desmoronava, dentro de mim, pois, por fora, o frio havia congelado as expressões. Mas você explodiu em lava, em desespero, e eu não, mas senti, sentia há tempos os sinais.
Você é magma e eu sou crosta.

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