domingo, 1 de junho de 2008

século XXI

Depois que tudo começou a fazer sentido, uma fissura voltou a se abrir no meu solo, fazendo todos por aqui se desesperarem, desacreditarem em reconstrução, planejarem inclusive mudança. Sou uma área de colisão de placas tectônicas. Uma área de tensão sísmica. Num sábado à noite, tudo pode acontecer por aqui, inclusive um abalo sísmico (engraçado se fosse um embalo sísmico de um sábado à noite). Depois que a fissura se abriu, houve a restauração; mesmo depois de todos não verem mais possibilidade de reestruturação, as pessoas voltaram a fazer suas coisas. Apesar de ficarem com o pensamento num próximo abalo, ponderava-se sobre o alto desenvolvimento científico e a vida continuava e se pensava nos perigos mesmo com a 'certeza' da engenharia, enfim. De qualquer forma, a última reconstrução foi uma das melhores - se não a melhor: "com toda essa tecnologia, os novos edifícios parecem mais sólidos que nunca, capazes de resistir a abalos de até 8,0 graus na escala Richter." era o que os técnicos confirmavam. O material escolhido, as técnicas utilizadas, a forma como foi construído, tudo finalmente inventado, tudo feito para que permaneça depois de um terremoto destruidor-de-lares. Era possível que estivessem finalmente seguros. "É realmente impressionante como parece que já estamos bem, totalmente realizador superarmos o passado. Estamos finalmente seguros - ou nos encaminhando para a segurança - em relação à natureza. Mas estaríamos livres para tudo?", e assim disse o presidente, tentando relembrar t(r)emores passados, perdas com os desastres, uma paranóia conservadora, diriam, enquanto se discutia sobre a validade de qualquer afirmação lógica nos pequenos focos intelectuais independentes.

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