terça-feira, 28 de agosto de 2007

Mais que alma

Às vezes bate uma preguiça terrena, daquelas que só se tem vontade de ficar eternamente deitado à espera do sono que ainda bate. Preguiça de estar onde e como e com quem estou. Preguiça dessa minha experiência como Ser.

Seria bom se pudesse ser apresentada outra vida real, outra forma experimental que não essa; experimentar outras experiências, sem ter noção do que já era empírico em outra vida.

Sinto que há a necessidade de crer em algo como outra pessoa, sem ter o carma da única vida, sem o carma de querer encontrar suas próprias convicções. Convicções essas que só se põem para você por sabermos que assim que será para mim e que é dessa forma que quero ver o mundo.

Se fosse possível pular de mente em mente, testar situações com outras consciências, provar gostos com outras línguas, trocar de sexo e depois de sexualidade, receber cargas hormonais diferenciadas – que alterariam diferentemente meus humores –, não ser eu e também não ser verdadeiramente ninguém.

Descobri agora que tudo o que queria era observar controlando as vidas, sem meus juízos de valor. Queria que essa fosse a minha vida, minha essência, e que eu nunca soubesse que tivesse sido esse eu que vos escreve. Iria saber da vida dos outros, da finitude da vida dos outros, pois, como idéia apenas, não é preciso do corpo que me sustente. Seria mais que alma, mais que humano, mais que matéria. Não julgaria, não infringiria, nem desvirtuaria meus residentes. Sentiria o que sentem e sairia em busca de outros sentimentos. Seria carente de sentimentos, mas seria eterno. Seria, enfim, o observador.

2 comentários:

Antônio disse...

blog fdp q nao posta nd direito

Luiza Gomes disse...

o final desse texto quase me fez chorar.



I REALLY MEAN IT MOTHERFUCKER! ¬¬