quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O valor do valor

Ai, o nada! Poucos crêem no quão nada somos para universo, para o tempo, para nossas escolhas, para a formação de nós mesmos, para o controle de nossas ações. Antes que pudéssemos existir, existiam elementos, que, graças à existência deles – e somente por isso –, deram origem a novos elementos. E depois a mais elementos, até que surgiu o Universo, e as estrelas e as galáxias, e o Sol e todo o seu sistema, e nela a Terra, e em seguida transformações não pararam de acontecer na Terra, que deram condições para a existência de muitas outras coisas, inclusive nós, humanos. O que quero evidenciar é a dependência obrigatória que esses elementos todos têm entre si: um pertence ao outro e só poderia existir se o elemento que lhe possibilitou origem existisse primeiro, dando, assim, condição para que alguma coisa surja e, a partir disso, o elemento que propiciou a criação passa a ser uma condicionante para o criado.

Porém, a simples condição de existir, de qualquer coisa que seja, define também como aquilo pode existir, e tudo o que aquilo pode ser naquelas condições, que podem mudar acabar com o aquilo ou transformá-lo em algum outro aquilo. E nós, humanos, pudemos surgir dessa mesma maneira, era-se alguma outra coisa e agora, por transformações do condicionante, tornamo-nos humanos, seres que julgam escolher suas metas, modificar a ordem das coisas, imprimir valor naquilo que faz e naquilo que optou ser. Mas é tudo bobagem! Desde que nascemos já somos reféns das condicionantes, que vão me mostrar e participar de todos os nossos caminhos. Todas as nossas escolhas são fruto de pensamentos de um ser que só foi possível existir graças às condicionantes, que determinam todos os fatos que vão ser de nosso alcance o controle de seu desenrolar. O mundo condiciona as decisões que tomamos quando é ele que define que fatos nós vamos passar por desde o momento em que nascemos. E só temos a noção de que poderíamos nascer ou ser em outras situações quando nos é possível ver que não escolhemos o que somos nem o que fazemos. Então, imaginamos situações hipotéticas de acontecimentos e, às vezes, as tentamos botar em prática e, se as botarmos, será uma ilusão de que fazemos o que queremos. Teremos feito o que as condicionantes nos fizeram pensar em fazer, pois pensamos através de experiências.

Ao vermos nossa não escolha perante nós, percebemos inconscientemente o nosso não-valor, e o não-valor de tudo, e passamos a imprimir valores naquilo que participamos. O homem é impressão de valor.

Um comentário:

Antônio disse...

adoro qdo nao comentam, é uma sensação mágica o desprazer neurótico de abrir a página do blog inocentemente cheio de espectativas e constatar: "é, ninguém comentou, mas deixa, nao preciso que vejam, meus textos sao legais assim mesmo".

Rootarasso