domingo, 30 de setembro de 2007

Achas realmente válido?

Queria, mais que tudo, saber qual o valor do questionamento, se devemos ou não incitar a dúvida, se devemos dar valor às nossas incertezas, se devemos nos apoiar em algo que se compõe de negação. Penso, então, em como sempre foi desenvolvida o conceito de Verdade. Nos foi possível estabelecer o que é verdade quando nos foi possível negar o que nos era tátil. Vimos a morte, e entendemos nela a total negação da vida. Vimos então a possibilidade do não. Passamos a negar o não mais veementemente que tudo, criamos religiões, crenças, até a ciência se encarregou de negar a negação. Acreditamos que por negarmos o negativo, como que matematicamente, alcançaríamos o sim. Doce ilusão. Apenas negamos o que já era negativo, tornamo-lo duas vezes falso. Mas aquilo nos fazia sentido, aquilo nos era verdadeiro, fora aquilo que nos trouxe a metafísica, a linguagem, a arte. E aquilo que gerou tudo o que somos. E é aquilo que se entende por Verdade. Verdade então é tudo aquilo que negamos duas vezes. É tudo aquilo que cremos ser certo para não nos frustrarmos com o que vemos, que já nos mostra ser real. Verdade é mistificar, é teorizar, é concluir quando só nos é possível observar. Verdade é cogitar, é possibilidade. Verdade, além de tudo, é crer que aquilo que se nega é verdadeiro. E, crendo que é verdadeiro, sustenta-se a verdade como total; damos valor a nossa perspectiva. E aquilo só será uma possível verdade, se for válido, ou seja, de valor aceitável para o fim que propõe ter para todos, para o público. Verdade e Valor caminham mais juntos do que a Santíssima Trindade.

Um comentário:

Unknown disse...

I beg to differ! A Santissima Trindade e' Valor e Verdade. Percebe que voce mesmo escrevou o nome com letra maiuscula! Freudian slip?
E' tudo uma questao de percepcao!