segunda-feira, 5 de maio de 2008

outro dia

Coletivamente, um inconsciente começava a invadir as mentes de quem compartilhava aquele quarto, aquele computador, aquele chão, aquele teto. Não se pode dizer em que momento começou, mas a certa hora todos já sabiam de tudo aquilo. Todo aquele raciocínio, desenvolvido ao longo daquele período juntos gerara um conceito coletivo sobre a situação. Nada parecia mudar aquilo, nunca mais. Aquelas horas juntos iriam ser cruciais sobre o destino que cada pessoa iria tomar dali pra frente. Cruciais por esse ser o evento determinante, o divisor de águas, diria algum professor que já tive. Talvez o que viria a trazer à tona aquele inconsciente, de maneira que ele se tornasse um incômodo, fossem as diferentes construções de personalidade que cada um vivenciou. Cada um já tinha muito de si formado. Muito de seu destino também, por conseqüência de suas concepções.
Todos voltavam-se para o dito incômodo. Uma estaca presa nas costas, que fazia a todos curvar e pouco trocar olhares. Seus olhares se menosprezavam e quando encontravam-se, repeliam-se. Até que alguém se levantou. Estava cansado daqueles assuntos vaselina, de toda aquela superficialidade para ele incômoda demais. Mais, bem mais incômoda que para os outros. Aquela lista de música, cheia de rocks alternativos, psicodélicos, antigos, novos, japoneses, parecia já tê-la ouvido toda, desde a sua infância e não queria nunca mais escutar aquelas malditas músicas. Despediu-se na mesma superficialidade e foi para fora da casa. Para nunca mais, de certa forma.

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