segunda-feira, 26 de maio de 2008

Trip

Sentados, ou melhor, jogados pelo quarto, misturados a todos os pertences e lixo espalhados: camisas, pares de meia, cinzas, bitucas e roupas recém passadas, tudo numa única massa onde se encontravam também as tais pessoas, os jogados e sentados. Todos vidrados no televisor, que passava um filme de 5ª no corujão. Dublado. Riam por ouvirem vozes engraçadas, por verem cenas inusitadas, pois o filme falava de morte de maneira tão louca. O importante era que não se parava de rir. Um pano, contudo, estava jogado para abafar certas complicações. Por trás desse pano, havia uma realidade, posta abaixo, daquela vez, de propósito. Problemas de relacionamentos interpessoais, basicamente. Essa era a realidade por trás, que, se não fosse posta abaixo, seria discutida fervorosamente, a ponto de poder criar desentendimentos para toda uma vida. Preferiram jogar um tapume e rir; óbvio, rir é o melhor remédio. Mas toda risada acaba para que outra possa começar. E quando parei de rir? No meio de uma gargalhada, vi que teria de parar de rir em algum momento. Parei aí, quando rir perdeu a graça.
Ou tudo isso é viagem minha.

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