domingo, 27 de julho de 2008

Era engraçado como às vezes se isolava. Não era por nada, especificamente, mas gostava de se sentir sozinho no mundo, ele mesmo, sem pai nem mãe, com apenas poucos amigos. E nesses momentos, tinha uma capacidade extrema, ele achava, de escrevder coisas que ele gostava de escrever, de citar momentos marcantes, personalidades marcantes.

De uma hora pra outra, contudo, trocava de vontade, invariavelmente. Queria encontrar todos, queria saber o que fazem, queria fazer o que fazem. Não via mais a sua escrita como algo fidedigno, não via nada no que escrevia, apenas um ranço mal-resolvido de coisas que ele ainda não tinha descoberto na análise. E tinha outra questão, que ainda era na mesma questão, achava que poderiam entender seus textos como fragmentos pedantes, preconceituosos e fora de moda. Corria atrás de fazer o que a qualidade de vida que tinha permitia e exigia que fizesse e não via sentido em nada. Aí voltava a isolar-se, onde também não via sentido. Por fim, acabou sofrendo de despersonificação e, para ele, ele não era mais ele, ele era alguém que não estava aí. Ele, ele mesmo, quem ele sentia que era, não existia.

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