"olhei pra luz e chorei
olhei pra luz e chorei
olhei pra luz e chorei"
- E o grande dia, Platão?
E o grande dia? -
Quem intimidava o velho era um homem forte,
de casaco de couro e óculos escuros
para disfarçar o choro, que deixava pista:
lágrima enxugada, nas maçãs do rosto e nas bochechas.
Sua gangue atrás,
Calças Jeans,
mal-encarados.
Pareciam querer por um fim de vez
nessa palhaçada racionalista.
Não podiam deixar a caverna para trás,
muito embora realmente quisessem,
como Platão os ensinara.
Amargurados com a furada do messianismo platônico:
assolados por suas limitações
culturais,
parentais,
animais,
não puderam compreender a luz
olhavam para ela e lembravam-se
das suas condições
diante da
verdadeira
eternidade
da ideia.
Queriam o aconchego
da caverna, que
dominavam.
Como era penosa
a luz!
Ludibriados por uma ilusão
do real.
Incapacitados de agir
no ideal.
Aquele velho crápula não podia sair impune!
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