quinta-feira, 4 de junho de 2009

rapidinha de Brasil

Não quero me prolongar muito, mas tenho uma reflexão um tanto profunda para expor. Portanto, vou apenas deixá-la aqui, indicada, para um possível desenvolvimento posterior. Mas a questão é que o Brasil tem um serio problema de referencial do bom. O fato de acreditarmos num ponto melhor, seja por impulso da condição moderna, seja pelo que for, eu acho que o Brasil, nunca sabe o objetivo que quer alcançar. Por sermos um país que sustentou a sua nacionalidade no novo (somos indiscutivelmente o reflexo da semana de arte moderna de 22), justamente por não ter referenciais tradicionais contundentes, vivemos a crise da modernidade na nossa crise de nacionalidade: a cada vez que escolhemos um paradigma pelo qual seguir, nós mesmos, acho que é cultural, nos boicotamos, lançamos um melhor. O Brasil, talvez como boa parte dos países ex-colônias, sempre se atenta ao que há de melhor e mais novo no mundo para passar a valorizar. Resultado: não temos fortes raízes nacionais; não temos instituições bem sedimentadas em seus propósitos; nossa constituição viajou de um Estado de de Bem Estar a um Neoliberalismo, através de emendas; nós sempre oscilamos de regimes de governo e de ideologias para regimes de governos; nunca acreditamos piamente naquilo que somos, somos sempre mais ou menos. Somos malandros, talvez, pelo mesmo caminho, no sentido de permear pelo bom mais atualizado sempre, temos de certa forma essa liberdade conceitual. Eu poderia dizar que o jeitinho brasileiro é justamente subverter por enxergar que a lei pode ser obsoleta e é possível propor um novo jetio, melhor.

Mas há algo ainda a mais em nós, que nos diferencia dos EUA, que também eram de certa forma filhos do novo. A diferença é que eles foram pioneiros e o seu modelo é que foi copiado. Eles ganharam confiança inclusive na própria capacidade de inovar, havia sucesso latente na auto-estima dessa nação que se solidificava. O Brasil não, o Brasil veio depois, o Brasil manteve um Império, o Brasil errou muito mais em suas inovações sempre falhas, de valores sempre discutidos, porque somos filhos do novo que começaram depois, copiamos sempre algo que talvez não se nos adequasse. O Brasil nunca acertou, nunca subiu na vida. O Brasil é o país do constante renovar-se, ideológico, paradigmático, institucional, cultural, comportamental, da tradição na descrença na tradição. Somos um grande dilema, porque não chegamos a ser um país da África, que sofre de nem ter nacionalidade, nem somos uma Europa, ou EUA, com estatutos culturais bem-sucedidos. Por isso o nosso messianismo: alguém virá com o novo melhor! Somos isso aqui que somos, que todos queremos mudar, ajeitar do nosso jeito o quanto podemos, do mudar tudo toda hora de lugar, oscilar entre PT e PSDB (pelo menos imageticamente representam pólos distintos na política, e efetivamente nunca se aliaram), ou até mesmo oscilar entre monarquia, ditadura e república.

E o que vai ser de agora, do futuro do meu Brasil brasileiro?

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