Em meio a uma empolgação de coerência, de conseguir fazer sentido com a minha linguagem, com a linguagem da minha sociedade, acabo de me encontrar padecendo do mal da tristeza. Tristeza, por favor vá embora! A questão não é mais dizer ou não dizer ou o que dizer, sinto talvez que eu não tenha mais vontade, porque não tenho mais em que desafogá-la: não encontro mais meios eficazes de me fazer adequar ao projeto de que todos nós fazemos parte. É só a tristeza que bate, que fez eu me acomodar e me reacomodar algumas vezes no banco do metrô, que tornou minha alma um silêncio perceptível aos outros, mesmo quando eu ria com eles, tristeza que bate de olhar a foto velha da minha identidade assinada há tanto tempo atrás. É ela que vem e se afirma no momento em que, ao ver tudo um imenso absurdo - por que entrar debaixo da terra pra pegar o metrô, por que contato de corpos definidos visivelmente, por que tudo e não nada - eu respiro fundo, olho em volta pra toda essa insensatez esculpida em detalhes e declaro-a: a minha tristeza, a minha total prostração, a minha fuga do plano da vontade. Vim me tratar aqui, e espero que, ao lerem, contemplem essa minha purgação, vejam nela a arte, pra que eu possa sentir que minha tristeza tem meios eficazes de se expressar, por mais que ainda borrados; pra se consolidar vontade.
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2 comentários:
muito foda cara!!! me amarrei muito mesmo, nas coisas q vc fala sobre a frustraçao do sonho weberiano, do vazio do absurdo- infinitos fins de infinitos principios- e essa sentimento da tristeza q se estampa na cara, ate quando se esta calado... vc mando muito bem nessas descricoes, muito irado mesmo!
mas se liga, da uma revisada nesse texto q tem uns erros bobinhos tipo "talve" e metrô sem o acento...
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