segunda-feira, 2 de novembro de 2009

da minha impressão do noumeno

Gostaria de deixar clara uma coisa, para depois não virem me dizer que eu nego a instância do intangível ou do infinito. Até porque, está mais que óbvio que não se conhecem as coisas em sua essência e que o observador é que determina o fenômeno. Não estou aqui para ignorar o que foi sedimentado, só penso a respeito do valor que o intangível tem para as nossas vidas hoje. Sinto é que o incognoscível não se nos impera mais de maneira a determinarmos estritamente as nossas ações, a calcularmo-las tão profundamente, evitando um erro, fatal.

A nossa aspiração pela felicidade e pela vida boa porque-se-vai-morrer nos condiciona a uma atitude que foge dessa subordinação a uma ordem suprema quase que imposta noumenicamente. Não que não haja o noumeno, não que ele não possa interferir e nos causar um mal, mas é que simplesmente não desejamos olhar para ele, ele já não se nos impõe como objeto de estudo para a resolução de normatismos, para a criação de moralismos. A vida de cada indivíduo cabe a cada indivíduo, e também cabe a ele encontrar a sua felicidade - ou suicidar-se. O que acontece é que os homens hoje acham que seus desejos não podem mais ser impedidos pelo noumeno, como se fosse injusto; como se uma moral nobre nos assoprasse uma vida e que agora so reconhecer como valorável qualquer atitude individual cujo fundamento é o próprio bem-estar, cada um de si. Eu diria que agora os homens querem mais é ser felizes, e foda-se!

Um comentário:

Luiza Gomes disse...

o homem de hoje eh um homem-pra-dentro. chegou, dps de sofridas situaçções, a certeza de que o que estrutura os quadros da nossa vida dependem da coesão interna do indivíduo.