O que eu amo no Rio é a facilidade com que conseguimos, aqui, achar na erudição sua mundaneidade. Que diferença tem a poesia lida, falada ou vivida? Eu adoro poder esquecer os nomes dos astros e lembrar somente dos nomes dos bares; poder pensar e viver o mundo sem me prender a fluxos restritos ou a amores prescritos. Aqui no Rio nós podemos dizer que temos nossa memória livre pra ser seletiva como quiser, porque controlar e direcionar experiências, ah, isso é tão aflitivo que deve ser coisa de paulista ou de europeu. O mar e o sol e o carioca expande-se para além de pilhas de livros, de gabinetes do frio - aqui é quente e o outro parece estar tão mais presente que queremos lançar nossas mãos para fora do nosso corpo e sentir (ler na praia e de repente parar, porque tem companhia). Aqui o tempo é mais rápido, o tédio dói mais, o lá-fora te convida mais convincente; e a cabeça tem que ser livre-mente, pra muitos conselhos e vida e livros poderem se mesclar. Um passeio sem objetivo não pode fechar-se ao que se propõe: se surge alguém que te toca, esqueça que você mora em algum lugar até que infelizmente o sério venha te buscar...
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2 comentários:
GENTE ATORON O RIO, POVO BONITO!
enchendo-me de orgulho às 08h55 da manhã
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