domingo, 10 de agosto de 2008

o papel dos meus livros

Olhando, fissurado por conhecimento, para livros não lidos; comprados, organizados, enfileirados na estante: conhecimento puro, ali, em muitos volumes, sem nenhuma intervenção da minha subjetividade naquelas idéias, como se eles nunca tivessem me dito nada. Não pude ainda opinar, nem me emocionar com todo esse material, mas eles, paramim, significam bem mais que uma promessa de leitura ou de aquisição de conhecimento. Eles, ali na estante, me fitando, são símbolos de uma sensibilidade alforada, conhecida minha e dos outros, que deixa transpirar por aqueles livros tudo que me pode dizer respeito - mesmo que ninguém os tenha lido. Representam, além de tudo, um escudo de respeito: ao levá-los sempre comigo para os âmbitos, desenharão de mim um conceito que cala ou impede qualquer um de me atacar a todas as vistas - um homem que lê.

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