segunda-feira, 4 de agosto de 2008

reencontro

Ela voltava de um tempo tão bom em sua vida que vinha que de braços abertos para um amigo que já fora um problema. Mas eles se adoravam. Ela, bem ou mal, aberta, falava de tudo, dos seus dramas, dos seus traumas, das suas fodas, do seu carisma – e do seu descarisma também – e até já falara que fora apaixonada por esse amigo, lá pelos seus quinze anos. Esse amigo, que nunca falara nada do que sentira sobre ela nem sobre nada, abriu seus braços para receber o abraço forte, o abraço gostoso, da pessoa que ele mais conhecia na sua vida. Suas vidas não se descruzavam, não se desgrudavam e tudo aquilo estava naquele abraço sincero, naqueles sorrisos que antecipavam o abraço, no telefonema da noite anterior que previa o encontro. Abraçaram-se e confirmaram: depois de uma semana e pouco, depois de suas vidas embaralhadas em outros rumos, aquela sala, com outros alunos, com um ou dois professores, eram o pano de fundo, eram a argamassa, eram o que eles encontraram para amarrar e emoldurar suas vidas. Se abraçaram e se amaram, na mais pura, confusa e perplexa amizade que tinham.

Um comentário:

Unknown disse...

Adorei. Manda brasa. beijos Stella