sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Efemeridades da Vida

Hoje estou com vontade de escrever só por escrever. Escrever porque isso me faz tirar uma fissura de fazer alguma coisa que bate quando nao há nada pra fazer e se quer fazer algo muito grandioso. E é verdade, pra mim escrever é algo muito grandioso. Expresso muitas coisas que podem atingir sentimentos íntimos de pessoas quando eu escrevo universalmente o que sinto. Falo de maneira abstrata, de mneira genérica, praticamente filosófica, de todos os meus sentimentos e todos vão entender, não s meus sentimentos, mas os seus próprios sentimentos.
Então, paro de tentar pensar em algo tão maestral e soberano e apenas tento negar o que sinto, pensando sobre o que sinto de maneira nao sensitiva. Busco, ao escrever, demonstar pinceladamente os meus sentimentos, de maneira que eu leia e saiba o que sentia, e de maneira que leiam e sintam o que universalmente se sente.
Não me refiro à Náusea, ou à frustração, ou à qualquer sentimento mesquinho, infeliz e subordinado. Me refira às Náuseas. Mas às Náuseas produtivas. Àquelas que se entende o que se exprime e se permite transcrever, melhor do que interpretar, seus sentimentos, e como qualquer tipo de comunicação ou demonstração de idéias, mostra a todas as pessoas - ou pelo menos todas as que lerem o que exprimo, ou quem escrever algo com o mesmo ituito com que o que escrevo - seus sentimentos internos, e a capacidade que há de sen compreender. E não digo pertencer ou adequar-se inteiramente a tudo, mas entender-se mesmo. Ver que no nada que você é, ainda há alguma coisa. Mesmo que seja nada, mas é um nada que é capaz. Não sei de que, não sei por que, mas somos capzes infinitamente e irrestritamente, dentro do restrito, a sermos o que estamos sendo, e depois, muito depois, talvez nunca, não o seremos e finalmente o seremos, por não sabermos que seremos o tudo que queremos ser.
Sim, apenas o que queremos. Porque querer é momentâneo; querer está para ser, assim como gostar está para estar. E o que é realmente o que queremos? Queremos o que gostamos ou devemos querer querer o que gostamos e assim o gostar tornar-se querer. Porque o querer é a busca pela todo, pela verdade e, por que não, pela negação. Gostar é dar valor ao estar, ao fazer o que se pode em vida e depois querer quando não mais se está.
E mais uma vez, a conclusão a que se chega é que estar é muito melhor do que ser. Porque sermos não nos permite sentir, nem sentir que sentimos, nem pensar que sentimos, nem idealizar que sentimos, nem pensar, ou duvidar, ou negar, ou crer, ou almejar, ou desejar, a existência da eternidade e a nossa possibilidade - ou não - de alcançá-la. Estar é sentir, é perceber, é negar, é realmente crer, ou não, que somos alguma coisa realmente na verdade - realmente e na verdade mesmo!
E quase como uma coisa efêmera, creio que não sou nada realmente. E que não sendo nada, ou melhor, percebendo que não sou nada, talvez eu sinta alguma coisa verdadeira. Sendo eu mesmo, ou sendo qualquer pessoa que eu imagine ser, ou que às vezes finja ser, ou que pretenda ser, ou que, alguma vez, tenha realmente acreditado ser, posso ser negação de alguma coisa. E se há negação é porque há algo que se é possivel de negar-se.
Serei eu algum reflexo torto, ou imperfeito, ou relutante e duvidoso, de algo perfeito, que realmente é? Nunca terei a certeza absoluta, pois a única coisa que duvido é da própria dúvida, e se duvido do não, ou das infinitas possibilidades, como posso estar certo de que alguma possilidade negativa, duvidosa e incerta pode ser o que realmente é?
Enfim, isso aqui não tem fim, apenas pela finalidade de ter que por fim ao inacabável, imensurável, que como bichinhos desreipestosos, e curiosos, e impertinentes como nós, pseudo-humanos, verdadeiramente macacos, criamos para dar razão ao capricho de crermos que somos finitos, determinados e que podemos parar de ser. Pararemos apenas de estar. O que é uma pena!

Um comentário:

bic_cristal_pocket disse...

É bela a maneira como as palavras crescem. E sem fim se multiplicam dentro de nós. ser capaz de exprimir aquilo que nos vai na alma e mais, muito mais... É o ultrapassar de limites interiores e ter vontade, e ter capacidade, e ter o brilhantismo de se dar a cohecer por meras palavras que tem o maior valor. Mesmo que esse lado do "dar a conhecer" nao impessa o fingimento: o fingimento poetico. porque fingir que sentimos, nao impede de alguem o sentir.
E fazer de nos alegres sonhadores por entre a liberdade das palavras.

É sem duvida um belo texto.

foi a passear pelos blogs, ao acaso, que encontrei o teu espaço.

devolvo a pergunta final. :)