sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Ser e Estar (parte II)

Gosto de escrever sobre as sensações mais eternas, aquelas que me definem como eu, que me fazem sentir-me como uma pessoa com certos tipos de sensações, que são minhas, eternamente minhas. As sensações momentâneas, aquelas que dizem respeito somente ao que sinto no momento, ou durante algum tempo, não são tão legais assim de se escrever. Gosto de escrever quem sou e não quem estou sendo. Gosto de escrever o que sinto e não o que estou sentindo. As palavras parecem soar e ter aparência mais harmônica quando falo de mim, das minhas impressões do mundo, das minhas não-efemeridades, e por quê não da minha personalidade. Escrever situações, sentimentos extremos, para mim, não passam de uma leitura hormonal – escreveria, assim, uma leitura dos meus hormônios e não uma descoberta do mundo e de mim. Gosto de escrever quem sou e não quem estou.

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